Apresentação

A quarta edição das i*A / Jornadas de Investigação em Artes transcorre no seguimento da matriz fundadora de aprofundamento do debate instaurado nas edições anteriores (i*A 2019, i*A 2020 e i*A 2021), e conta com o comprometimento dinâmico dos/as doutorandos/as procedentes de diversas áreas como as Belas Artes, o Cinema, o Design, a Arquitectura, a Música ou as Artes Performativas. O desígnio destas jornadas é assinalado pela demanda da criação de uma comunidade, constituída pelos/as doutorandos/as, investigadores/as convidados/as, integrados/as e colaboradores/as do Grupo de Artes (ARS) da unidade de I&D Labcom - Comunicação e Artes, que seja capaz de inscrever diversas perspectivas metodológicas no campo da investigação através da prática artística, alicerçada no cruzamento interdisciplinar. Sendo a investigação, na sua génese, uma prática solitária, pretende-se que esta comunidade estabeleça pontes de aproximação entre os diversos percursos e interesses dos intervenientes, conferindo e reinventando novos sentidos à investigação artística, com o intuito de nutrir, clarificar e alargar o campo de intermediação das artes no contexto epistemológico, profícuo e singular da academia.

Francisco Paiva / Manuela Penafria / Rita Sixto © i*A 2022

Programa

Investigação em Artes
Universidade da Beira Interior - UBI, (sessão da manhã: on-line; sessão da tarde: auditório da Biblioteca)
20 de maio de 2022

Transmissão em direto pelo canal Youtube do Departamento de Artes

09:30 - Abertura
André Barata, Presidente da Faculdade de Artes e Letras
Sara Velez, Presidente do Departamento de Artes
Francisco Paiva, Coordenador do Grupo de Artes do LabCom
Luís Nogueira, Diretor do 3º Ciclo em Media Artes

10:00 - Eulalia Valldosera Universitat de Barcelona ESPANHA; Gerrit Rietveld Akademie HOLANDA
Lenguajes de la luz: vison y canalizacion

10:30 - Pedro Valiente Khawarizmi University Technical College JORDÂNIA
You Are Mythical: Narrativa transmedia - Processo de criação do documentário You Are Mythical


11:00 - Debate


11:15 - India Mara Martins Universidade Federal Fluminense BRASIL
Perspectivas de pesquisa para a direção de arte

11:45 - Everlane Moraes International School of Film and TV CUBA
Ética, Estética e Política dos processos de criação


12:15 - Debate



Almoço Livre



14:00 - Nuno Aparício Media Artes UBI PT
Arte e Multimédia: Intermedialidade e Transmedialidade

14:20 - Susana Lemos Media Artes UBI PT
Corpo-Luz. Matriz do Invisível

14:40 - Rui Pires Media Artes UBI PT
Processo Criativo

15:00 - João Morais Inácio Media Artes UBI PT
Fotografia de Retrato: Expressões Vs Realidade

15:20 - Henrique Lima Media Artes UBI PT
Efabulação no documentário animado The Wanted 18

15:40 - Debate

16:00 - Mariana Schwartz Media Artes UBI PT
Direção de arte e visualidade háptica: diálogos possíveis

16:20 - Miguel Miranda Media Artes UBI PT
Thriller contido: Criação a partir da limitação

16:40 - Julia Marques Media Artes UBI PT
Desde aquele dia em que deixei de ser tua

17:00 - Debate

17:20 - Exibição de curtas-metragens

18:00 - Visita à exposição


iArtes – booklet

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Convidados



Eulália Valldosera

Linguagens da Luz: Visão e Canalização
O trabalho com a percepção é a raiz da minha pesquisa artística. A linguagem da luz e da sombra serviu-me para desvelar a memória oculta de espaços concretos e de espaços psicológicos para rever conceitos, que o poder sócio-cultural ocidental interpretou mal ou distorceu, como a doença, a morte, o papel do feminino e os seus aspectos da maternidade, cuidado e limpeza. As imagens que produzimos internamente são o motor de criação ou a manifestação das realidades que escolhemos viver. A prática artística é o meio ideal para desvelar o constante fluxo do imaginário humano que organiza o nosso universo energético, é uma porta para a tomada de consciência da nossa capacidade de criar e modificar a realidade. Somos seres interdimensionais e participamos de campos de informação colectiva, pelo que entendo toda criação como co-criação. As cargas de memória dos espaços, entidades ou objetos culturais, as consciências elementares ou naturais, a memória de plantas e animais, são agora o meu objeto de estudo. Desde 2016 abri um novo ciclo em resposta ao apelo urgente da consciência planetária para mudar a nossa perspectiva antropocêntrica. Nas minhas performances e vídeo-mensagens, decodifico e reprogramo lugares-comuns com os quais nos relacionamos e que afetam os nossos campos vibracionais. São leituras canalizadas, filhas de práticas xamânicas, místicas e mágicas de todos os tempos e culturas. Pratico uma forma de ativismo místico ao radicalizar o objeto de arte transferindo as fronteiras de instituições e aqueles conceitos consensuais do que é real para revelar os programas inconscientes que nos confrontam com uma possível involução. Proponho sessões coletivas de ‘Desenho e Energia’ dirigidas a artistas e não artistas. Através do desenho canalizado obtemos informações sobre a arquitetura energética do ser humano que considero um fractal do universo. Desenvolvi uma teoria e um método que me permitem diagnosticar e harmonizar os padrões que impedem o fluxo de energia de um ser.

Eulália Valldosera, 1963, é pioneira de uma forma de trabalho multidisciplinar, a sua obra articula-se em torno do fenómeno lumínico. Nas suas instalações, performances e fotos cria espaços psicológicos através de objetos quotidianos para nos confrontar com as nossas sombras psíquicas. Ainda focada nesse fenómeno perceptivo, vive recentemente uma mudança de paradigma ao decidir trabalhar com a luz do sol e expandir as suas atividades para o estudo dos corpos subtis que compõem os seres e as coisas. Através do desenho e da palavra propõe viagens da alma em forma de vídeo-mensagens, dando voz a entidades naturais e praticando a arqueologia psíquica para ler a memória de espaços, seres e objetos históricos. Realiza performances em estados alterados de consciência em museus (Los otros invisibles, Thyssen e Museu Picasso, 2019), em ruínas míticas (Plastic Mantra, 2016), ou templos (Nave Nodriza, Bologna 2020), obras em que o seu corpo se converte em antena e âncora de uma nova linguagem para mediar entre os diversos estratos da nossa realidade. Nas suas inúmeras sessões de Desenho e Energia, monitora e canaliza os desenhos dos participantes, categorizando o seu trabalho artístico actual como uma forma de activista mística. Presente em muitas Bienais internacionais desde a década de noventa, Eulalia Valldosera representou o seu país, sendo embora bastante desconhecida. A sua retrospectiva na Fundação Antoni Tàpies, em Barcelona (2001) foi a exposição mais visitada daquele ano, sendo-lhe atribuído o Prémio Nacional de Artes Plásticas catalão. Seguiu-se o Museu Reina Sofía (2009) no qual apresentou num inovador projecto de som, as suas garrafas interactivas, embalagens de produtos de limpeza, operadas digitalmente, que emitiam vozes e que ofereciam a possibilidade de apagar aqueles eventos que não desejamos recordar sem primeiro pronunciá-los e gravá-los no seu interior, iniciando uma prática artística com atitude participativa e cocriativa.



India Mara Martins

Perspectivas de pesquisa para a direção de arte
O crescimento das pesquisas acadêmicas sobre atividades consideradas “práticas” no campo do audiovisual no Brasil vem revelando processos, pedagogias e perspectivas teóricas. A direção de arte é uma destas atividades que tem ocupado certa centralidade na pesquisa. Uma das reflexões que nos interessam traz uma interface entre a direção de arte e a representação do espaço, de uma perspectiva material e também filosófica, passando por temas como produção de presença e atmosfera filmica.


India Mara Martins é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual - PPGCine e da Araci - Incubadora de Projetos de Cinema e Audiovisual da UFF. Professora do Departamento de Cinema e Vídeo, na área de Design Visual/Direção de Arte. Pesquisadora de cinema e audiovisual, com ênfase em representação do espaço, direção de arte e atmosfera fílmica, com interfaces com animação e tecnologia. Mestre em Multimeios pela Unicamp e doutora em design pela PUC-Rio, autora do livro "A paisagem urbana no cinema de Wim Wenders".



Pedro Valiente

Narrativa transmedia: Processo de criação do documentário You Are Mythical
You Are Mythical é um documentário que conta a história de sete jovens que ligam o seu cotidiano com os mitos clássicos. Foi apresentado em oito países e premiado em dois festivais de cinema em Los Angeles.
You Are Mythical é uma produção experimental, multicultural, interdisciplinar e transmedia. Experimental como documentário de ficção, animação, videoarte e performance. Multicultural, pois é produzido em sete idiomas (espanhol, inglês, francês, italiano, português, esloveno e grego) e cinco países (Espanha, França, Itália, Portugal e Eslovênia). Interdisciplinar, já que liga artes cénicas, artes audiovisuais, artes visuais, música e escrita.
O filme foi concebido como um projeto transmedia. Pedro Valiente trabalhou como diretor de comunicação do projeto europeu Crossing Stages desenvolvendo um universo transmedia de conteúdos que inclui trabalho digital (sites, redes sociais), audiovisual (longa-metragem documental, documentário para televisão, vídeo-instalação, vídeos na web), artes cénicas (dança, teatro, performance), artes visuais (fotografia, ilustração), escrita (livro, imprensa, ensaios, artigos) e tecnologia (realidade aumentada, robótica). O filme desdobra-se em outras produções e plataformas numa narrativa contemporânea onde o público é livre para criar seu próprio caminho. É um mapa interativo onde se pode ver a história completa (80min), micro-histórias (10min), poemas visuais (3min) ou animações (1min). crossstages.eu


Pedro Valiente é Docente de Documentário, Multimédia e Fotografia na Khawarizmi University Technical College, em Amã, Jordânia. Cineasta espanhol, artista multimídia, escritor e criador multidisciplinar com foco em transmedia storytelling, novas tecnologias e práticas sustentáveis/sociais. Recebeu quase sessenta prémios, incluindo prémios na Berlinale e uma indicação ao Emmy. O seu trabalho foi exibido no Sundance, PBS, BBC, MoMA, Whitney Art Biennial e Lincoln Center. Criou um festival internacional de cinema e coordenou a vertente media de um projeto de arte da União Europeia. Trabalhou na New York Film Academy (EUA), e no Plymouth College of Art (UK) e fez parte de um projeto desenvolvido para a MIT/Harvard University (EUA). PhD em Criatividade e Produção Audiovisual. Viveu dez anos em Nova York, cinco na Cidade do México e recentemente no Reino Unido e na Jordânia. Reside atualmente em Madrid.



Everlane Moraes

Ética, Estética e Política dos processos de criação
Os filmes realizados por Everlane Moraes transitam entre diferentes gêneros e formatos, e evidenciam as questões sociais, filosóficas e espirituais da diáspora negra. Em sua comunicação, a cineasta irá discorrer acerca de suas experiências no campo cinematográfico e os diálogos entre os valores éticos, estéticos e políticos na constituição de sua cinematografia.


Everlane Moraes é cineasta especializada em Direção de Documentário pela EICTV - Cuba. Graduada em Artes Visuais (UFS). Membra da APAN - Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro. Atua nas áreas da Direção, Roteiro, Formação, Consultoria e Assistências. Selecionada para para o Encontro entre Diretores no Talents Guadalajara (2019). Fellow no Seminário Flaherty 2021. Bolsista da Netflix no programa Colaboratório Criativo (2020). Premiada no Göteborg Film Fund (2021), William Graves Film Fund - Firelight Media (2020), no IDFA Bertha Fund (2021) e no Sundance Institute (2021). Seus filmes foram exibidos em festivais, galerias e VOD como Sundance, Rotterdam e BFI, Womxn in Windows (2020), One Story Up (2021), Hangar (2020), entre outros. Seus projetos participaram do European Film Market (2021), BRLAB (2020), Torino Film Lab (2021), Doc Station - Berlinale Talents (2020), Talents Co Production Meeting (2020), Durban Film Market (2020), Miradasdoc (2019), Good Pitch Brasil (2019), entre outros. Desenvolve os projetos de longa-metragem O Navio e o Mar, Germano Black Society, Imagine 2030, Busca e Apreensão e O Segredo de Sikán e Orixás. Filmografia. 2021. A Gente Acaba Aqui. Doc. 13'. 2019. Pattaki. Doc. 21'; 2018. Aurora. Doc. 15'; 2017. Monga, Retrato de Café. Doc. 15'; 2016. La Santa Cena. Doc. 15'; 2014. Conflitos e Abismos: A Expressão da Condição Humana. Doc. 15'; 2013. Caixa D'água: Qui-lombo é esse?. Doc. 15'. Reel: https://vimeo.com/413762521


Doutorandos


Nuno Aparício

Arte e Multimédia: Intermedialidade e Transmidialidade
O presente trabalho enquadra a investigação de um conjunto de obras e autores que têm como foco principal a inclusão da multimédia na arte, abordando os conceitos de intermedialidade e transmidialidade a partir de obras de arte. Esse processo de pesquisa é respaldado por dinâmicas de investigação onde se analisam aspetos de transfiguração, transcodificação e contágio de obras de arte pelos diversos medias e a inclusão de diferentes medias em obras artísticas, tendo como linha de horizonte uma melhor compreensão dos conceitos referidos. Desta forma os objetivos principais, centram-se em entender como a multimédia e mais especificamente como o conceito de intermedialidade e transmedialidade influenciaram o modus operandi da arte.


Nuno Aparício é doutorando no curso de Media Artes pela Universidade da Beira Interior, mestre em Design Multimédia pela mesma universidade e licenciado em design gráfico e Multimédia pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. É artista plástico e multimédia tendo nos últimos anos relacionado a arte tradicional (pintura) a tecnologias digitais multimédia. Em 2020 apresentou a exposição “Experiência Interativa com a Obra Artística” no Museu Regional da cidade da Guarda, em 2021 apresentou a exposição “Entre Tempos” no museu da cidade da Covilhã e a exposição “Sentido Livre” na biblioteca central da Universidade da Beira Interior e participou com criação de obra no Simpósio Internacional de Arte Contemporânea da cidade da Guarda.



Susana Lemos

Corpo-Luz. Matriz do Invisível
Corpo-Luz. Matriz do Invisível é um projeto de criação artística e de investigação que situa o conceito de corpo numa relação com o campo que habita, tanto no plano material como no imaterial, e que nos remete para o conceito de imersão no visível e para a multisensorialidade da obra. Esta relação de interioridade, aliada à dimensão plástica da luz, encontra-se presente na obra de diversos autores e é nesse cotejo que este trabalho opera, convocando conceitos como o de luz, por contraste à ideia de sombra, e à reconfiguração das formas plásticas que nos remetem para a dimensão etérica da existência.


Susana Lemos é doutoranda em Media Artes pela Universidade da Beira Interior. Mestre em Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2007. Licenciada em Artes Plásticas - Pintura pela mesma faculdade em 1997. Membro do Grupo do Risco desde 2008. Docente desde 1994. Tem participado em diversas exposições individuais e colectivas em Portugal, Cabo Verde, Espanha e Canadá. Desenvolve, na sua investigação, práticas multidisciplinares que medeiam estados ampliados de consciência na criação plástica.



Rui Pires

Processo Criativo
Processo criativo e criatividade são dois conceitos com que nos deparamos frequentemente, nos mais variados campos e com diferentes utilizações. Repetidamente, dizem-nos ou somos impelidos para sermos criativos. Na escola ou no trabalho, a criatividade faz parte das nossas vidas, e a ela somos obrigados a recorrer (quase) diariamente. Da tarefa mais simples à mais elaborada, é a criatividade que dá valor e qualifica o que fazemos ou quem somos. Mas afinal o que é isto de ser criativo, o que é a criatividade?


Rui Pires é Assistente Convidado no Departamento de Letras da Universidade da Beira Interior, onde frequenta o doutoramento em Media Artes, mestre em Estudos Didáticos, Culturais, Linguísticos e Literários, e licenciado em Ciências da Comunicação, pela mesma universidade. O seu percurso artístico teve início em 1999. Tem formação em teatro, dramaturgia, dança contemporânea, cinema, televisão e performance. Desenvolve a sua atividade artística na companhia de teatro ASTA desde 2003, como ator, encenador, programador, formador e responsável de comunicação. Coordena e dirige o Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior. Participou em Festivais de teatro em Espanha, França, Itália, Marrocos, Brasil, Venezuela, Costa Rica, México, Arménia e Turquia. Foi jornalista, professor de Teatro e Expressão Artística em Portugal e Espanha. Recebeu vários prémios enquanto ator e diretor em festivais em Portugal, Espanha, França e Marrocos.



Henrique Lima

Efabulação no documentário animado The Wanted 18
Nesta comunicação será apresentado um estudo sobre a efabulação no filme The Wanted 18, um documentário animado sobre a resistência pacífica Palestina, durante a Primeira Intifada. Neste filme, a animação contribui para ampliar o potencial expressivo e comunicativo, em que a metáfora é um elemento da representação do real, uma escolha específica entre muitas. Uma linha de produção que conglutina personagem, assunto e realizador. Baseado em relatos de testemunhas sobre acontecimentos históricos, contribui para a preservação da memória. Denuncia a violência da guerra, muitas vezes escondida, e concomitantemente, reconstrói a própria história Palestina.

Henrique Lima é doutorando em Media Artes na Universidade da Beira Interior, mestre em Cinema pela mesma Universidade em 2020. É realizador e produtor audiovisual, tendo desde 2003 exercido relevantes projetos em importantes emissoras de TV, tais como: TV Globo Brasil e Turner Broadcasting System Brasil. Desde 2012 é Produtor Executivo de TV, Rádio e Mídias Digitais na TV Brasil - TV pública brasileira pertencente à Empresa Brasil de Comunicação. Cofundador da produtora audiovisual Nativos Multimídias, com sede no Rio de Janeiro, Brasil, onde desde 2015 tem realizado inúmeras peças publicitárias e curtas-metragens.



Mariana Schwartz

Direção de arte e visualidade háptica: diálogos possíveis
No cinema, o diretor de arte seleciona e relaciona estrategicamente as informações visuais com o intuito de criar a atmosfera das cenas e corroborar o universo dos personagens. Ao lidar com diversos materiais, o diretor de arte pode trabalhar em prol de uma visualidade háptica e essa visualidade pode atuar como uma ferramenta para despertar diferentes sensações nos personagens e, consequentemente, no espectador. A presente investigação visa entender como a direção de arte pode explorar as potencialidades dos materiais a fim de contribuir para uma visualidade háptica.


Mariana Schwartz é doutoranda em Media Artes pela Universidade da Beira Interior, mestra em Artes, Cultura e Linguagens pela Universidade Federal de Juiz de Fora e especialista em Direção de Arte para Propaganda, TV e Vídeo pela Universidade Estácio de Sá. É graduada em Publicidade e Propaganda pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, bacharela em Artes e Design pela UFJF e em Cinema e Audiovisual também pela UFJF.



Julia Marques

Desde aquele dia em que deixei de ser tua
Projeto de tese de doutoramento em Media Artes em desenvolvimento na Universidade da Beira Interior em formato de roteiro de longa-metragem. Problematiza a experiência e a representação da mulher entre tempos, espaços, corpos e classes sociais associado a constituição de um olhar criador da mulher em contraponto ao olhar masculino patriarcal na elaboração de peças audiovisuais. Instrumentalização teórica do mesmo, referências artísticas e metodologia de trabalho.


Julia Marques é doutoranda em Media Artes na Universidade da Beira Interior (2020-). Bolseira no Projeto de investigação FCT “Filmar-se e ver-se ao espelho: o uso da escrita de si por documentaristas de língua portuguesa”. Membro colaboradora do LabCom, Unidade I&D da Faculdade de Artes e Letras da UBI. Mestre em Cinema e Narrativas Sociais da Pós-graduação interdisciplinar da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Bacharel em Cinema e Video pela Faculdade de Artes do Paraná (CINETVPR).



Miguel Miranda

Thriller contido: Criação a partir da limitação
Através da análise de algumas obras deste subgénero, o Thriller contido, é possível perceber o impacto que algumas limitações podem trazer para a realização de uma obra em cinema. Neste trabalho as limitações devem ser entendidas não como meros entraves para a construção da obra, mas como parte integrante e fundamental na sua construção.


Miguel Miranda é doutorando no curso de Media Artes pela Universidade da Beira Interior, licenciado e mestre em cinema pela mesma Universidade. É um realizador português, com trabalhos que vão desde o cinema à publicidade. Além do trabalho mais de campo, conta com diversas horas de formação lecionada, desde o âmbito da construção narrativa, à realização e edição de vídeo.



João Morais Inácio

Fotografia de Retrato: Expressões Vs Realidade
Pelo meio da fotografia, analisamos 40 expressões diferentes sequenciadas de vários rostos interpretados de diferentes maneiras sem nenhuma manipulação externa além da perceção do modelo. A partir de uma análise comparativa, a presente obra expõe visualmente diferenças que podem ser sentidas apenas com a sua observação, onde a expressão requerida e a realidade não são sempre iguais.

João Morais Inácio é doutorando do curso de Média Artes, na Universidade da Beira Interior. Licenciado em Cinema e mestre em Design Multimédia também pela mesma universidade, é um realizador português, natural da Covilhã, que nutre um gosto especial pelo mundo das artes. Fundou a M4M Productions® em 2014, onde tem produzido diversas obras cinematográficas, entre muitas obras a mais conhecida é a longa-metragem “Mysteria e o Feitiço da Aldeia”.


Exposição iArtes2022


Data: 18 a 25 de maio
Local: Museu de Lanifícios, Real Fábrica dos Panos, Galeria das Fornalhas. Hall da Biblioteca Central.





Ana Isabel Albuquerque

Passagem
Conjunto de cinco fotografias captadas na zona dos Balcãs, mais concretamente na Bósnia e em Montenegro, no ano de 2015, onde se pretendeu destacar vestígios do património natural e cultural de Kotor, Budva e Sarajevo. Momentos intersticiais. Fragmentos do local, da presença do estranho que passa a integrar o quotidiano da população residente, aludindo à multiculturalidade de que Sarajevo é representativo, por exemplo, e da qual a frase inscrita no chão "Sarajevo Meeting of Cultures" faz jus.


Ana Isabel Albuquerque é doutoranda em Media Artes (UBI), a desenvolver tese na área da Ilustração. É investigadora no LabCom – Comunicação e Artes (UBI) e co-organiza a Ilustrada – Jornada de Ilustração (UBI). É também revisora e tradutora. Foi assistente de museografia e jornalista. É mestre em História da Arte, Património e Teoria do Restauro (FLUL) e licenciou-se em Ciências da Comunicação (UBI). Além de Fotografia, interessa-se por Ilustração, Cinema de Animação, Design, História da Arte, Cultura Visual, Estudos Interartes e Museologia.



Arthur - Cristian Rusznák

Seven Works of Mercy - Hospitality
Viagens e hospitalidade andam de mãos dadas. Nós, como viajantes, estamos sempre à procura de um lugar onde possamos encontrar abrigo. Abrigar os sem-teto, oferecer hospitalidade, faz parte das sete obras de misericórdia corporais. A videoinstalação é inspirada na obra-prima de Caravaggio “Sete Obras de Misericórdia”.


Arthur - Cristian Rusznák é um jovem artista e doutorando da Roménia que fez duas mobilidades Erasmus durante os seus estudos, uma em Metz, França, e outra na Covilhã, durante o seu doutoramento. Sua pesquisa é sobre arte de apropriação com foco em como a obra de Caravaggio e a técnica do claro-escuro influenciaram artistas contemporâneos e como eles utilizam essa técnica atualmente. Em suas obras, ele busca uma forma sutil de expressar a ideia de uma consciência comum na qual não estamos sozinhos, onde podemos encontrar alguém para estar conosco, um mundo onde não há sentimento de alienação ou estranhamento. A partir de memórias de infância e influências de culturas, ele tende a reconhecer os símbolos existentes e dar-lhes uma nova forma utilizando a ingenuidade para criar significados novos, coloridos, inocentes e exóticos. Realizou exposições coletivas na Hungria e na Roménia e participou no projeto InclusiveArt onde fez uma intervenção cultural na aldeia de Banloc, condado de Timis, Roménia.



Camilo Cavalcante

Samsa esteve aqui
Samsa esteve aqui é uma instalação artística que propõe a integração entre artes plásticas, literatura, música, fotografia e transcinema ancorada em uma pesquisa que evoque transversalidades e interseções entre as obras de Marcel Duchamp (Fonte, 1917), Franz Kafka (A Metamorfose, 1915) e Johann Strauss Jr. (O Danúbio Azul, 1866). Assim, a partir dessas referências basilares, buscamos entrelaçar teoria e prática para a realização da referida obra, que pretende provocar a percepção do público, transitando do escatológico, grotesco, ao sublime, manifestado pela música, em busca de criar sensações paradoxais que instiguem questionamentos, inquietações, alguma reflexão, sarcasmo, deboche ou, até mesmo, asco e desconforto no participador. Qualquer coisa que se sinta, menos a inércia.


Camilo Cavalcante é doutorando em Media Artes e investigador bolsista da FCT pelo Labcom. É Mestre em Cinema pela UBI e licenciado em Jornalismo pela UFPE. Realizou 14 curtas em múltiplos suportes e formatos pelos quais recebeu mais de 130 prêmios. Em 2014, lançou a sua primeira longa no International Film Festival Rotterdam, A História da Eternidade, que recebeu 28 prêmios e cujo guião original foi publicado em livro pela CEPE – Companhia Editora de Pernambuco em 2020. No momento, está lançando seu segundo longa de ficção, King Kong en Asunción (2020) que ganhou 16 prêmios, entre eles Melhor Filme (Júri Oficial) e Prêmio do Público no Festival de Gramado.



Daniela Pinheiro

Conversa com natureza I
Esse trabalho faz parte da pesquisa em desenvolvimento, no doutoramento em Media Artes, na UBI. Para esse trabalho escolho trabalhar, com a fotografia que realizei em 2019, de Dona Francisquinha, indígena da etnia Arara Shawãdawa, do Vale do Juruá, no Acre, no Brasil. A escolha dessa imagem foi pensada com a proposta de levantar questões sobre o apagamento dessa cultura ancestral que analogamente está sumindo na atual conjuntura do Brasil. O processo de fotografia realizado com essa imagem foi o chlorophyll print, tendo como suporte a folha de couve. Todo o processo criativo é realizado artesanalmente, permitindo a participação da autora em todas as etapas de criação. Utiliza-se a matriz positiva e a imagem é obtida através do processo de fotossíntese. As imagens fotográficas em Conversa com a Natureza I vão modificando com o tempo. Da primeira imagem para segunda de Dona Francisquinha foram passados seis meses e da segunda imagem para a terceira imagem, um ano.

Daniela Pinheiro é artista multimídia, jornalista e fotógrafa. Atualmente é Professora de Audiovisual do IFB, Brasil. Doutoranda em Media Artes, na UBI, em Portugal, com Mestrado em Artes Visuais na UNICAMP/SP, Brasil. A investigação dos sumos vegetais para elaboração de imagens fotográficas efêmeras é o fio condutor de sua pesquisa. Travessia esta que investiga o tempo no fotográfico, através da construção de um campo visual expansivo. Seus trabalhos já foram exibidos no Brasil, Argentina, Espanha, Nepal, Alemanha, Estados Unidos e Portugal.



Fernando Aranda González

Nave de Santo Antonio
A Nave de Santo António faz parte de uma série de trabalhos sobre a Serra da Estrela onde procuro variações pictórico-cromáticas, gráficas e composicionais sobre os diferentes elementos expressivos da paisagem e os vestígios interiores que me ficam na memória quando estou e caminho na Serra.


Fernando Aranda González é Licenciado em Artes Visuais pela Faculdade de Artes e Design da Universidade Nacional Autónoma do México. Mestre em pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. O seu trabalho plástico e de investigação baseia-se na prática da paisagem através da experiência estética in situ com uma perspetiva associada à ecologia no sentido holístico e em relação com as práticas artísticas comunitárias. Tem exposto o seu trabalho individualmente em sete ocasiões e em mais de 30 em grupo. Atualmente é doutorando em Media Artes na Universidade da Beira Interior.



Joana Martinho Marques

Percurso Performativo - Covilhã, Um Modelo Cenográfico
Registo audiovisual do Percurso Performativo - Covilhã, um modelo cenográfico. Ao longo do percurso foram contadas histórias relacionadas com a(s) memória(s) da Covilhã, por palavras ou gestos, gravadas ou na primeira pessoa, na maioria das vezes deslocadas dos seus verdadeiros espaços, acompanhando monumentos, arte urbana ou simplesmente lugares. Momentos de partilha de memórias cartografadas na cidade da Covilhã que ajudam a (re)interpretar a(s) identidade(s) do(s) lugar(es). Esta criação demonstra o esforço de aproximação da arte à vida, (re)humanizando os processos e favorecendo o diálogo.


Joana Martinho Marques é licenciada em Artes Plásticas-Escultura, pela FBAUP. Realizou Erasmus na Fac. Belas Artes de Atenas, em 2007 concluiu o Master Internacional de Cenografia/Direção Artística na Fac. Belas Artes da Univ. Complutense de Madrid. Finalizou em 2011 o mestrado em ensino das artes visuais na UBI, onde é doutoranda em Media Artes. Professora, diretora pedagógica da D’Arte+, faz trabalhos com instituições como Teatro Guimerá de Tenerife, Teatro das Beiras, Coolabora, Beira Serra e Quarta Parede. Como artista plástica venceu o concurso nacional “O 25 de Abril, 25 anos depois” com Menção Honrosa pela CMC em 2000. Expôs na Cordoaria Nacional, Culturgest, Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos, Galeria Psyhary 36 (Atenas), Galeria da ACERT, Museu Municipal de Paços de Ferreira, Galeria Arthobler, Convento São José (Lagoa), ART’S, Business & Hotel Centre.



João Braz

Genius loci
Uma viagem por rotundas rodoviárias e pelas marcas identitárias e artísticas que se inscrevem nos objectos que contêm. A construção de um espírito do lugar.


João Braz nasceu em Lisboa em 1969 e formou-se pela Escola Superior de Teatro e Cinema.Com 30 anos de experiência no cinema, montou 115 filmes, entre longas metragens de ficção, documentários e séries de ficção para televisão. Trabalhou com cineastas como Cláudia Varejão, João Botelho, João Canijo, Fernando Vendrell, Leonor Teles, Margarida Gil, Marco Martins, José Filipe Costa, António Cunha Telles, Jorge Paixão da Costa e Margarida Cardoso entre outros. Venceu por duas vezes o prémio Sophia para Melhor Montagem da Academia Portuguesa de Cinema. É membro do Guild of British Film Editors. Leciona no curso de Cinema na Universidade da Beira Interior e na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.



João Morais Inácio

Erupção
Erupção é uma curta-metragem realizada por João Morais Inácio sobre o artista Luís da Cruz. Erupção trata-se do emergir da arte de Luís da Cruz depois do confinamento que todos acabamos por ter por causa da pandemia que dominou o mundo. Um filme repleto por um conjunto de metáforas que jogam com as harmonias que fazem parte do universo de Luís da Cruz. Uma sintonia de elementos que interligam com a vida real e com a Galeria de Arte de Luís da Cruz.



Luísa Leão

Resgate: instalação sobre o bordado, o tempo e a imagem
Obra composta por 3 trípticos realizada a partir da técnica do bordado em sua abordagem contemporânea. Conceptualmente, tece uma crítica ao ritmo de vida e individualismo das sociedades pós-industriais, propondo um resgate ancestral através do tempo humano que caracteriza o bordado, se contrapondo ao tempo das máquinas.


Luísa Leão é natural de Brasília, chegou em Portugal em 2016 para estudar Design de Moda. Licenciou-se em 2019 na Universidade da Beira Interior, período que abrangeu mobilidades acadêmicas no Instituto Politécnico de Milão e na Universidade Federal do Ceará. Possui investigações na área do Design para Sustentabilidade, cultura artesanal e arte têxtil. Participou do VIII Simpósio de Design Sustentável com a apresentação do artigo intitulado “Design para Sustentabilidade através do artesanato”. É artista têxtil bordadeira, motivo que a fez escolher o bordado como objeto principal de investigação a partir do mestrado que concluiu em 2021, com sua dissertação “Do bordado tradicional ao contemporâneo: processos de ressignificação”. No mesmo ano ingressou no doutoramento, com o objetivo de aprofundar suas investigações na área da arte têxtil bordada. Em 2020 desenvolveu seu atelier virtual, empreendendo como artista independente através de plataformas digitais desde então (@luisaleao.atelier). Exerce trabalho voluntário na Coolabora CRL, cooperativa de intervenção social com foco na inovação social. É também mentora de workshops de ensino da técnica do bordado livre.



Mariana Schwartz

Pulso
Sinfonia urbana de Juiz de Fora. Curta-metragem realizado para a disciplina Documentário pertencente ao curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Juiz de Fora e ministrada pela professora Karla Holanda.



Nuno Aparício

Deforma Digital
A obra procura incidir sobre a figura feminina em contacto direto com a natureza, abordando tal poética, mas concomitantemente explorando a plasticidade dos materiais criando uma simbiose entre um caos organizado (representativo da interioridade individual do artista) e a beleza proveniente da representação humana e que funciona como contraste. Fonte da vida, pretende-se que a figura feminina não funcione como um objeto da pintura, mas sim enquanto sujeito, a personagem principal. A obra abre a possibilidade do seu conceito ser desdobrado através da tecnologia AR presente no aplicativo ARMiles onde os elementos da pintura ganham vida.



Susana Lemos

Corpo-Luz-Matéria
Corpo-Luz_Matéria desperta-nos para a possibilidade de reinvenção plástica do ser que habita um corpo e do campo que o circunda. E é nessa busca incessante através da plasticidade matérica e objectual que a construção plástica oferece, que somos convocados a transcender a própria matéria - corpo transformado em luz. Corpo e matéria agregam-se estabelecendo nessa fusão uma solução por vezes abstractizante. O corpo, nesta relação que estabelece com a forma simbólica, adquire uma dimensão telúrica presente na matéria densa dos materiais de que se reveste este conjunto de obras. Por outro lado, encontramos nestas imagens a utilização de uma linha fundadora e que nos remete para a prática do fiar e do tecer, assumindo-se esta como um agente simbólico e criador. Numa analogia simbólica ao fio de Ariadne, encontramos neste fio, uma busca espiritual, uma possível lógica de união através de uma sequência de formas circulares habitadas por corpos e corpos que habitam essas formas. Encontramos aqui a linha enquanto veículo, um elemento tecedor da matéria da plástica e da luz, agente de ligação ao todo, à génese de todas as coisas.




Organização



Coordenação

Francisco Paiva, UBI / LABCOM - Comunicação e Artes
Manuela Penafria, UBI / LABCOM - Comunicação e Artes
Rita Sixto, UPV-EHU/LaSia


Organização

Doutorandos do 2.º Ano:
Henrique Lima
João Miguel Morais Inácio
Jorge Miguel Araújo Miranda
Julia Fernandes Marques
Mariana Lemos Schwartz
Nuno José Cardoso Aparício
Rui José Rolo Esteves Pires
Susana Lemos Ferreira de Nascimento


Produção

Doutoramento em Media Artes da UBI
Grupo de Artes do LABCOM - Comunicação e Artes
www.labcom.ubi.pt


Comissão Executiva

Francisco Paiva, Coordenação Geral / francisco.paiva@labcom.ubi.pt
Mércia Pires, Secretariado / mercia.pires@labcom.ubi.pt +351 275 242 023 / ext. 1201
Sara Constante, Designer
Beatriz Botelho, Web Developer


Parcerias

Design Multimédia - UBI, 1º e 2º ciclos
Design de Moda - UBI, 1º, 2º e 3º ciclos
Design Industrial - UBI, 1º e 2º ciclos
Cinema - UBI, 1º e 2º Ciclo
Media Artes - UBI, 3º ciclo / Doutoramento
Stellae* Revista de Arte


APOIOS

Universidade da Beira Interior
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Museu de Lanifícios
Câmara Municipal da Covilhã
Covilhã, Cidade Criativa da UNESCO em Design (candidata)


Contactos

francisco.paiva@labcom.ubi.pt

Geral:

Localização

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Departamento de Comunicação e Artes
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal