Apresentação

A sexta edição das Jornadas de Investigação em Artes conta com o comprometimento dinâmico dos doutorandos e das doutorandas em Media Artes, com percursos procedentes de áreas tão diversas como as Artes Visuais, o Cinema, o Design, a Arquitectura, a Música ou as Artes Performativas.

O desígnio destas jornadas tem sido marcado pela vontade de criação de uma comunidade crítica, capaz de inscrever as diversas problemáticas e perspectivas metodológicas da investigação em, sobre e através das práticas artísticas, alicerçada no cruzamento interdisciplinar, numa matriz híbrida e heterodoxa.

Sendo a investigação, na sua génese, uma prática solitária, pretende-se favorecer o estabelecimento de pontes de aproximação entre os diversos percursos e interesses dos e das intervenientes, conferindo e reinventando o sentido da investigação artística, com o intuito de nutrir, clarificar e alargar o campo de intermediação das artes no contexto epistemológico, profícuo e singular da Academia, bem como da sua relação com a sociedade.

Assumindo-se como um mosaico de tempos e espaços, a presente edição das Jornadas de Investigação em Artes, vem também conferir um alento especial ao processo de implantação da iA* Unidade de Investigação em Artes, recentemente candidatada à FCT, e à melhor articulação dos/as doutorandos/as com a vasta equipa de 113 pessoas, entre membros e colaboradores, que integram as linhas de investigação dos 5 iA*Labs.

Reflectir e debater os desafios epistemológicos e os processos de criação propostos pelos projectos de Tese é o propósito central desta edição das Jornadas, já assumidas como um espaço de encontro de experiências e descoberta de olhares, onde a imaginação e a criação se aliam à análise e à reflexão sobre pensar-fazer Arte hoje.

Programa

Jornadas de Investigação em Artes 2024 / Arts Research Days 2024
Universidade da Beira Interior / University of Beira Interior – UBI
7 Junho 2024 / June 7th, 2024
Auditório do Museu de Lanifícios / Wool Museum Auditorium, Covilhã

9h00 - Mesa de Abertura / Opening Session
Sara Velez, Presidente do Departamento de Artes
Catarina Moura, Directora do Curso de Doutoramento em Media Artes
Francisco Paiva, Coordenador Científico da iA* Unidade de Investigação em Artes


9h30 - Henrique Vilão
Lumisonoridades — composição e espaço em instalações de luz e som


10h00 - Luana Lobato
Criação partilhada em projetos multimédia foto-expandidos: experimentações em espaço público urbano


10h30 - Debate


11h00 - António Abernú
Fala d´Água — aumento da presença da água na arte contemporânea


11h30 - Marta Leite
Ervas Daninhas — pintando à margem


12h00 - Debate


12h30 - Almoço


14h00 - Ferdinando Silva
Matéria e imagens em movimento: uma perspetiva ressignificada


14h30 - Cybelle Mendes
Solidão em tempo de guerra — estereótipos femininos no cinema da dor


15h00 - Debate


15h30 - Soraia Maduro
Por um fio. O design de joalharia em diálogo com a tradição da seda transmontana


16h00 - Armando Silva
Sistema de orientação acessível numa Instituição de Ensino Superior portuguesa: aplicação no Instituto Politécnico de Portalegre


16h30 - Debate


17h00 - João Braga Santos
Gaming for change: estratégias virtuais para promover as relações sociais no mundo real dos universitários


17h30 - Vitaliy Davydovych
Sentimento de presença e tomada de decisão nos videojogos: influência da personalização e do estilo gráfico nas decisões éticas


18h00 - Debate


18h30 - Encerramento / Closing Cocktail


Doutorandos


Henrique Vilão

Lumisonoridades – composição e espaço em instalações de luz e som
Lumisonoridades – composição e espaço em instalações de luz e som explora estratégias de composição em instalações que utilizam objetos que aparentam emitir som e luz. Ao contrário de outras análises a instalações audiovisuais, feitas a partir de uma perspetiva ligada às artes visuais, este projeto propõe a aplicação e adaptação de conceitos e linguagens musicais ao contexto de análise e criação de instalações.


Henrique Vilão é um artista multidisciplinar, atuando sobretudo como realizador, performer, vídeo artista e músico experimental. Estudou jazz na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas/Hot Clube de Portugal e é licenciado e mestre em Cinema pela Universidade da Beira Interior, onde é docente nas áreas de Som e Cinema Experimental. Como músico e performer audiovisual atuou em diversos espaços culturais e festivais de música, arte sonora e arte contemporânea em Portugal, sobretudo com o seu projeto a solo Zuhk e a performance audiovisual Khaori. Os seus vídeos monocanal, videoinstalações e curtas-metragens foram exibidos em diversas galerias nacionais e internacionais, exposições e festivais. Compôs bandas sonoras e fez sound design para filmes de animação e ficção, bem como para vídeos monocanal de outros realizadores de países como Portugal, Polónia, Alemanha e Austrália. Dedica-se também à realização de videoclipes para bandas ou músicos internacionais e apresentou nas Jornadas Europeias do Património, em Setembro de 2021, a instalação de luz e som Atlas 2.0 – religação entrópica, no edifício Atlas em Aveiro. Trabalha regularmente como criador de vídeo, design de som e música em espetáculos de dança e teatro contemporâneos.



Luana Lobato

Criação partilhada em projetos multimédia foto-expandidos: experimentações em espaço público urbano
Este projeto de pesquisa, inserido no âmbito das Artes, direciona-se ao campo expandido do pós-fotográfico e sua produção contemporânea em contexto urbano. A rapidez da evolução tecnológica ocasiona mudanças significativas no universo da fotografia, modificando técnicas, metodologias e, consequentemente, a apreciação do fazer artístico (Miranda, 2023). Através de uma pesquisa-ação-participativa, intrínseca ao campo das Artes Visuais e em diálogo com o cenário pós-fotográfico, o objetivo do estudo é aplicar abordagens e estratégias de criação partilhada ao desenvolvimento de um projeto assente em projeções multimédia foto-expandidas, utilizando o espaço público urbano da Covilhã como ambiente expositivo e de temática poética visual. Este objetivo será concretizado a partir da criação de um Co-laboratório que se constitui como espaço de partilha de ideias, incentivando a expressão artística, a inclusão e a diversidade de pensamento, através do envolvimento da comunidade e de debates acerca das categorias da imagem fixa (denominada de fotografia), e os processos artísticos experimentais que a levam a ser configurada como uma imagem em movimento. Pretende-se que as dinâmicas do estudo ativem novos usos do espaço público urbano (Rossi, 2019), uma vez que a realização de práticas artísticas nestes espaços pode ter uma dimensão subversiva e questionadora.

Luana Lobato é brasileira, artista visual e doutoranda em Media Artes na Universidade da Beira Interior. É graduada em Artes Visuais (UFPA/BR) e Química (IFPA/BR). Pós-graduada em Saberes e Fazeres no Ensino de Artes Visuais, pelo programa de pós-graduação do Colégio Pedro II. Possui Mestrado em Educação, Cultura e Comunicação pela UERJ/BR, foi bolsista da FAPERJ, com o projeto vinculado ao Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas. No Brasil, foi professora da Rede Federal de Educação, da UFRJ e das redes municipais de Belém do Pará e da cidade de Nova Iguaçu. É investigadora do LabCom, colaboradora no CIAUD e do Laboratório de Investigação e Criação Partilhada - Cinema e Outras Imagens em Movimento (UBI), contemplado pelo prêmio de emprego científico da FCT.



António Abernú

Fala d´Água — aumento da presença da água na arte contemporânea
A presente tese tem como propósito definir uma zona pouco abordada na arte contemporânea: o aumento da presença da água como material artístico. Derivando daí problemas em relação a conceitos de forma, informação, memória e da própria arte em si mesma. A relação entre matéria e forma não pode continuar a ser apreendida como um fenômeno ligado aos sentidos de estabilidade, solidez e objetividade apenas.
Quais os motivos do aumento da água na arte contemporânea?
Partindo da água em todos os seus estados será criado um registo da sua presença na arte. Traçando, também, as linhas metodológicas de cinco laboratórios experimentais em co-autoria, onde se cruza a arte com a ciência e o ancestral com o digital. Eco diz-nos que “ [...] quanto mais a estrutura se torna improvável, ambígua, imprevisível e desordenada, tanto mais aumenta a informação.”
Os laboratórios darão origem às conferências Water Talks, como comunicação de resultados. Trata-se de uma investigação que requer a aplicação de novas metodologias transdisciplinares, permitindo uma perspectiva renovada das experimentações artísticas do século XX. Mudanças de paradigma na física e na tecnologia deram lugar a um caudal de novas narrativas, nas quais se vê alterado o sentido tradicional, de noções como matéria e memória na arte.


António Abernú é Mestre em Ciências da Comunicação, especialização em Comunicação e Artes pela UNova, Lisboa. Formou-se como ator no Centro Dramático de Évora – CENDREV. Frequentou o curso de Eng. Aeronáutica da Universidade da Beira Interior, onde também fez parte do Teatro UBI. Participou como ator na International School of Theatre Anthropology, dirigida por Eugenio Barba. 1º Seminário Jovens Encenadores no Teatro Nacional D.Maria II, Lisboa. É fundador da ASTA Teatro (em 2000). Trabalhou como ator em várias companhias (Usina, Projecto Ruinas, Baal17, A Bruxa Teatro, Lendias d’Encantar, Teatro das Beiras). Integrou os Projetos comunitários Erasmus + TELL ME – Theatre for Education and Literacy Learning of Migrants in Europe, TIM I e II – Theatre in Mathematics e Green Ethics - Europa Criativa. Em 2011, a convite da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNova, Lisboa, cria e interpreta: O homem que queria ser água, espetáculo de sensibilização sobre a água e as questões ambientais.



Marta Leite

Ervas daninhas — pintando à margem
A presente proposta de investigação será realizada na Universidade da Beira Interior, no programa de doutoramento em Media Artes e parcialmente no Museu de Lanifícios.
Concretamente, pretendo investigar métodos antigos artesanais de tinturaria utilizados na concepção têxtil, na região da Beira Interior, na Real Fábrica dos Panos em particular, alargando posteriormente para outras regiões em Portugal e mais além.
Focar-me-ei em receitas datadas até 1856, por esta ser a charneira temporal onde é descoberto o primeiro corante químico. Dedicar-me-ei ao uso de matéria tintória vegetal, dado que o universo vegetal constitui inspiração para um repensar da vida colectiva, desde a dimensão privada até à esfera pública, tendo como referência últimas investigações científicas e reflexões filosóficas que vêm sacudir a nossa percepção do mundo e concepção do mesmo. Saliento assim que por intermédio da presente investigação pretendo fazer um estudo aprofundado que incorpore e preserve a herança cultural e o ambiente.


Marta Leite estudou Pintura em Lisboa (Bacharelato, 2004) e em Barcelona (Erasmus, 2005). Concluiu a Licenciatura e Mestrado, em escultura e domínios conexos, na Universidade das Artes de Berlim (2010) com o título de Meisterschülerin e atribuição de nota máxima. Trabalha, principalmente, em desenho, pintura, instalação e têxteis, tendo como tema de investigação recorrente a paisagem e o relacionamento humano com eventos fugazes, transitórios e efémeros, problematizando estas questões através do uso de materiais orgânicos. É actualmente doutoranda em Media Artes na Universidade da Beira Interior, onde pretende aprofundar a sua recente investigação artística na área do têxtil e, especificamente, na tinturaria natural, com vista a aplicar a sua investigação na criação de peças de arte contemporânea.



Ferdinando Silva

Matéria e imagens em movimento: uma perspetiva ressignificada
Matéria e imagens em movimento: uma perspetiva ressignificada é um projeto que utiliza técnicas inovadoras de microscopia para a produção de imagens em movimento a partir de amostras microscópicas de elementos da natureza, que numa fase posterior serão misturados, sobrepostos e adulterados para ressignificar um determinado local específico. O objetivo é potenciar, junto do espectador, uma experiência sensorial com imagens e sons que estimulem os sentidos e provoquem sensações subjetivas, dependendo da herança sonora e visual do espectador. Estas experiências estabelecem diálogos com o conceito de Cinema de Atrações, partindo do plano pormenor para o ponto de vista geral, enquanto experiência de visionamento e de relação com o espaço/tempo.


Ferdinando Silva é artista visual. Licenciado em Multimédia pela Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo do Instituto Politécnico de Bragança (EsACT-IPB). Desempenhou funções como Bolseiro de Investigação na área da Multimédia, no Instituto Politécnico de Bragança, entre 2015 e 2019. Desde janeiro de 2019 é Técnico Superior na área da Multimédia e Professor Assistente Convidado do Departamento de Artes e Humanidades desde 2018 na EsACT-IPB.



Vitaliy Davydovych

Sentimento de presença e tomada de decisão nos videojogos: influência da personalização e do estilo gráfico nas decisões éticas
Os videojogos têm um impacto significativo na sociedade, moldando as nossas interações sociais, influenciando a forma como aprendemos e até mesmo a nossa perceção do mundo. A indústria dos videojogos tem crescido significativamente nas últimas décadas; uma grande quantidade de videojogos são lançados a cada ano. Como resultado, os jogadores são frequentemente apresentados a situações éticas complexas dentro destes e forçados a tomar decisões que não só afetam o resultado do jogo como os fazem questionar a si próprios. Isto levanta a importância do estudo dos vários elementos de game design de um videojogo que têm um impacto emocional/mental no ser humano e que o levam a agir e a sentir de determinada forma. Esta tese tem como objetivo explorar a influência da personalização e do estilo gráfico nos videojogos sobre o sentimento de presença e tomada de decisão dos jogadores em ambientes virtuais, com foco especial na tomada de decisões éticas. A análise dessas relações pode ter implicações significativas em várias indústrias e contextos que beneficiem de experiências virtuais imersivas e eficazes como também da compreensão do comportamento humano nessas situações, estabelecendo vínculos tangíveis a contextos reais.


Vitaliy Davydovych é licenciado em Games and Multimedia pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria e Mestre em Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais pela Universidade Beira Interior. Docente na licenciatura em Games and Multimedia do IPL, responsável pelas unidades curriculares ‘Arte 3D’, ‘Produção 3D’, ‘Animação e Simulação 3D’ e ‘Modelação 3D’. Ao longo do seu percurso participou no desenvolvimento de vários videojogos e atualmente exerce funções como Artista 3D em dois estúdios de videojogos portugueses.



Cybelle Mendes

Solidão em tempo de guerra — estereótipos femininos no cinema da dor
O cinema reforça estereótipos que influenciam a identidade social, a perceção pública e política. Em tempo de guerra efetiva, percebe-se a manifestação da discriminação às Mulheres, ampliada pelo isolamento e solidão forçada (Fernandes, 2017). Questiono, ao analisar 10 filmes de realizadoras femininas dissimilares, utilizando a metodologia das séries conexas (Veiga, 1993) e a Teoria dos Cineastas (Graça, Baggio e Penafria, 2015), se estas obras perpetuam estereótipos de gênero na representação da solidão, a conduzir a questões secundárias sobre a representação feminina e referenciais, ou se contrapõem estereótipos de género distintos do cinema convencional. Através da a/r/cografia (Veiga, 2021), interpelo as obras analisadas ao realizar experimentos audiovisuais e investigo se a interpretação da imagem pela linguagem escrita difere qualitativamente da interpretação da linguagem visual. Os resultados concretizam-se no processo em registo dos Diários Digitais de Bordo, na análise fílmica das obras, nos experimentos fílmicos e na reflexão comparativa final.


Cybelle Mendes é realizadora, animadora e montadora de obras audiovisuais, bacharel em Belas Artes com especialização em Cinema de Animação (UFMG/Brasil) e concluiu o Mestrado em Cinema na Universidade da Beira Interior, onde cursa o Doutoramento em Media Artes. Bolsista de investigação no projeto MediaTrust.Lab do LabCom Comunicação e Artes/UBI, colabora com o Laboratório de Investigação e Criação Partilhada - Cinema e Outras Imagens em Movimento (UBI) e com o Clube de Cinema das Residências Artísticas UBIanas. É voluntária na Associação Portuguesa das Artes e Cultura, sócia da Casa da Animação em Portugal e da AIM-Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento. Integra a equipa voluntária de apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão do Laboratório de Políticas Públicas, Ações Coletivas e Saúde da UFRGS (LAPPACS), contribuindo no projeto História de Vida e Ação Política, na montagem e pós-produção de vídeos e tratamento de som. Suas áreas de interesse, investigação, pesquisa e criação visual centram-se no movimento, o encontro e o desencontro, a imperfeição, a espontaneidade, o cinema feminino, a solidão e o resgate da memória social.



Soraia Maduro

Por um fio. O design de joalharia em diálogo com a tradição da seda transmontana
Por um fio está a tradição da seda transmontana e por um fio está o nosso planeta. É nesta ambiguidade e pela intersecção do fio natural da seda artesanal e as fibras de matérias sustentáveis e tecnologias digitais que o design de joalharia cria pontes entre o antigo e o novo, conecta gerações e garante que as raízes culturais permaneçam vivas no meio contemporâneo. A evolução rápida da sociedade levou o ser humano ao consumo massificado e rápido. No contexto específico da joalharia, a exploração e extração excessiva de metais preciosos contribui para práticas pouco éticas do ponto de vista social e ambiental. As tradições ancestrais que caracterizam um povo e o seu território encontram-se fragilizadas. A interseção destes paradigmas está na génese de novas metodologias e cenários de produtos à luz dos princípios da sustentabilidade e salvaguarda de uma herança cultural. Numa investigação através da prática do design e para o design, o projeto será abordado em duas perspetivas diferentes. Uma perspetiva de “avant craft” focada na investigação e experimentalismo da matéria; e numa perspetiva de “collective creativity”, resultando uma série de joias com foco no processo criativo, de produção, distribuição e comunicação. O resultado da investigação deverá contribuir para acrescentar valor ao território evocativo da seda artesanal transmontana, relativamente ao valor humano, à singularidade e à sua significação histórica e considerar, na criação da joia, a empatia entre objeto e sujeito e uma produção exclusiva e não massificada.


Soraia Maduro é designer no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) desde 2009, desenvolve projetos no âmbito do design de comunicação, físico e digital. Conta com uma vasta experiência na criação de identidade visual e diferentes materiais gráficos impressos e digitais para eventos e projetos institucionais. Em 2016, de forma a complementar a formação inicial, Design do Produto (2008), conclui o Mestrado em Gestão das Organizações, na APNOR - Associação de Politécnicos da Região Norte cuja investigação se focou na Gestão do Design e no pensamento estratégico do design aplicado aos serviços. Em 2008, no âmbito do estágio curricular numa oficina de ourivesaria portuguesa, vence o 1º prémio da FIA com os botões de punho "jarro", uma abordagem da filigrana ao público masculino, onde articulou a simbiose da tradição com a contemporaneidade. É docente (PDEC) desde 2020, na Escola Superior de Educação do IPB, onde leciona unidades curriculares de Design de Comunicação, o que tem contribuído para aprofundar conhecimentos no âmbito da pedagogia e métodos de ensino projetuais. Desenvolve o seu trabalho com foco na aplicação estratégica de design integrado e transversal a diferentes áreas, sobretudo na área da comunicação, arte e cultura. Em 2021 lança a Raxie, uma marca de acessórios cujo conceito era a inspiração em elementos culturais portugueses (máscaras e bordados) abordando novas matérias e tecnologias. Diretora Criativa do GhostDanceStudio, desde 2021, desenvolve um trabalho de valorização do design ao serviço da arte e sociedade. É responsável pelo design de comunicação digital e marketing, design de cenários e figurinos para projetos artísticos de dança implementados no distrito de Bragança e participação em competições nacionais e internacionais. Aplica o pensamento criativo em todas as tarefas em que está envolvida, contribuindo para a valorização da educação pela arte e o reconhecimento da importância do design na vida do ser humano.



Armando Silva

Sistema de orientação acessível numa Instituição de Ensino Superior portuguesa: aplicação no Instituto Politécnico de Portalegre
Os sistemas de orientação bem projetados contribuem para a melhoria da experiência do utilizador através da facilitação da orientação dos estudantes, docentes, não docentes, colaboradores e visitantes a uma Instituição de Ensino Superior (IES) num espaço/ambiente que lhes é novo, tornando-se numa experiência mais envolvente. Uma orientação eficaz para a eficiência operacional da Instituição reduz o tempo perdido em deslocações desnecessárias e otimiza o fluxo de pessoas nos diversos edifícios. Para os novos alunos e membros da comunidade académica, um sistema de orientação completo acessível a todos desempenha um papel crucial na integração do sentimento de pertença. Isto contribui para um ambiente académico mais acolhedor e favorável ao desenvolvimento pessoal e académico. A implementação de sistemas de orientação mais eficientes numa IES é de extrema importância e o estudo sobre esta temática pode trazer benefícios para a sociedade e comunidade de uma IES. Pretende-se não só informar adequadamente indivíduos leitores de língua portuguesa materna como, também, leitores de línguas estrangeiras, fluentes em língua gestual portuguesa, não leitores, invisuais/visão reduzida, daltónicos, surdos/audição reduzida, bem como pessoas com mobilidade reduzida e discapacidade intelectual e desenvolvimental (DID). Com isto, pretende-se tornar a informação mais clara, útil e eficaz para todos no contexto, facilitando a participação das pessoas nos espaços e promover o direito à educação para todos de forma equitativa.
É importante que a passagem de informação no ambiente/espaço seja mais acessível a qualquer pessoa, promovendo a inclusão e a sensibilidade às necessidades diversas da população, a implementação de sistemas de orientação eficazes para todos pode impactar positivamente os processos administrativos, otimizando a gestão de recursos e a logística interna.
Assim, uma IES que invista em sistemas de orientação acessíveis e inclusivos pode destacar-se positivamente para potenciais estudantes, professores e colaboradores, contribuindo para a atração de talentos e reputação da instituição e, consequentemente, para o desenvolvimento da sociedade e do país.


Armando Silva é técnico de design gráfico nível III pela Escola Secundária Padre António Vieira (2014), Licenciado em Design de Comunicação (2018) e Mestre em Design de Identidade Digital (2021) pela Escola Superior de Tecnologia, Gestão e Design do Instituto Politécnico de Portalegre. Atualmente é técnico superior em Design de Comunicação, Multimédia, no Politécnico de Portalegre, onde realiza trabalho em design editorial, identidade visual, design systems, motion design, fotografia, captação de vídeo e pós-produção. Frequenta o 1º ano de doutoramento em Media Artes na Faculdade de Artes e Letras, da Universidade da Beira Interior.



João Braga Santos

Gaming for change: estratégias virtuais para promover as relações sociais no mundo real dos universitários
A pesquisa visa abordar os desafios enfrentados pelos estudantes universitários, particularmente os relacionados ao isolamento social induzido pelas redes sociais e ambientes virtuais. A proposta busca investigar o uso de ferramentas virtuais, visando promover a integração social e reduzir sintomas de depressão e isolamento. A metodologia do projeto é baseada no Human Centered Design (HCD) e estruturada em cinco fases, começando com a preparação e benchmarking, passando pela identificação de grupos sociais e entrevistas. Posteriormente, serão estabelecidas parcerias com autoridades para o desenvolvimento de um protótipo gamificado. O projeto também incluirá testes piloto e análises de engajamento para validar a eficácia do aplicativo móvel desenvolvido.
Os resultados esperados incluem uma maior integração dos estudantes universitários na comunidade acadêmica e local, promovendo o bem-estar e a satisfação dos estudantes.


João Braga Santos é Designer e Desenvolvedor de Jogos desde 2016, liderando projetos académicos e comerciais. Licenciado em Administração de Empresas (2009), com especialização em Gestão de Projetos (PMI), Mestre em Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais pela Universidade da Beira Interior (2024), e Doutorando em Media Artes. Membro do projeto UBI Journey, em colaboração com a Reitoria da UBI e apoio financeiro do programa UBI Learning Hub. Participação em conferências de renome internacional, como a EDUCON e o HCI (Human-Computer Interaction). Formador, desde 2023, do curso não conferente de grau Unreal Engine 5 e monitor na unidade curricular Usabilidade e Experiência de Utilização, na UBI. Gestor do G3D Lab – Laboratório de Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais da UBI (desde 2022), apoiando a organização de diversos eventos e seminários, tais como o Cheatcodes, Global Game Jam, Ergo UX e Game Masters Night.


Organização



Coordenação

Francisco Paiva
Catarina Moura
Paulo Cunha
Sara Velez
Renata Ferraz
Manuela Penafria


Produção

Doutoramento em Media Artes da UBI
iA* Unidade de Investigação em Artes (iartes.ubi.pt)
Grupo de Artes do LabCom - Comunicação e Artes (labcom.ubi.pt)
Faculdade de Artes e Letras / Departamento de Artes


Comissão Executiva

Mércia Pires, Secretariado / mercia.pires@labcom.ubi.pt +351 275 242 023 / ext. 1201
Thais Longaray, Designer
Miguel Manteigueiro, Administrador Informático


Parcerias

Design Multimédia - UBI, 1º e 2º ciclos
Design de Moda - UBI, 1º, 2º e 3º ciclos
Design Industrial - UBI, 1º e 2º ciclos
Cinema - UBI, 1º e 2º Ciclo
Media Artes - UBI, 3º ciclo / Doutoramento
Stellae* Revista de Arte


Apoios

Universidade da Beira Interior
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Museu de Lanifícios


Contactos

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Departamento de Comunicação e Artes
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal