Apresentação

O desenvolvimento de investigação no campo das artes veio abalar alguns pressupostos da prática artística, ao mesmo tempo que renovou o entendimento do seu lugar no sistema cultural. O campo da arte tem beneficiado desse confronto entre a tradição e a modernidade, tanto nas artes de filiação mais clássica e disciplinar quanto nas práticas emergentes, de cariz progressivamente transversal e híbrido. Percepção que logrou inclusive libertar as artes de índole projectual da ditadura da resolução de problemas, exigindo aos artistas/investigadores decisões sobre as problemáticas que merecem atenção, as que valem a pena ou tão simplesmente a amplitude das questões ou os meios a alocar aos objectos de investigação. Tal consciência altera as condições de autonomia da arte, questiona a hegemonia estética estabelecida e estimula uma mudança de paradigma que desloca a arte de um regime disciplinar, muito assente na taxonomia e nas condições de visibilidade, para um campo progressivamente expandido (R. Krauss), em que as fronteiras entre áreas de actividade, das Artes Visuais ao Design, do Cinema à Arquitectura, das Media Artes à Performance, se desvanecem.

Espera-se do ensino artístico que designe tanto o contacto com um corpus como a aprendizagem de uma praxis, permanecendo todavia ambígua a sua função, dado que frequentemente se considera que a matéria de investigação incide pouco no saber e nos processos do “ofício” e desvia o artista/investigador para prioridades exógenas. Os métodos enraizados e a estruturação dos curricula parecem perpetuar a bicefalia e dificultar a convergência entre as artes e as ciências da arte. Atitude que denota um posicionamento epistemológico pré-moderno, crente na absoluta especificidade das actividades artísticas (J. Till). Factor que as torna refractárias aos aspectos normativos aplicados a outras disciplinas. Clivagem que perdura por força da manutenção de uma taxonomia disciplinar desfasada do entendimento que os criadores têm da sua actividade e que os próprios académicos também consideram desajustada das Arte Contemporânea.

Não precisamos aludir à célebre tríade proposta por Frayling, para perceber que a relação entre a arte e a investigação tem sido experimentada de muitas e variadas maneiras. Nela cabe tanto o carácter ensaístico e experimental da reflexão sobre arte, como o labor eminentemente artístico, processual ou mesmo autoreferencial, seja na experimentação do potencial dos materiais e tecnologias, seja na compreensão e resposta a factores exógenos, como o quadro cultural, institucional, legal e regulamentar em que a criação se apresenta. Assim, tanto aqueles que crêem que a obra plasma a pesquisa, como aqueles que procuram modos de legitimação das artes a partir da dissociação sujeito / objecto ou do mero cruzamento com outros âmbitos humanistas, como a história, a sociologia, a psicologia ou a filosofia, consideram este debate em aberto. Em aberto está também a percepção de uma arte normal e o desejo da excepção, o equilíbrio possível entre o ensino formal e as dinâmicas de vanguarda.

É precisamente aí que se encontra o propósito destas Jornadas de Investigação em Artes: discutir experiências de recém-doutorados e doutorandos em áreas artísticas distintas; perceber a perspectiva institucional de responsáveis científicos ou docentes de programas de doutoramento em artes; ensaiar alguma síntese sobre o quadro epistemológio, académico e infraestrutural desejável para o desenvolvimento de investigação pertinente no campo artístico.

Francisco Paiva / Manuela Penafria / Rita Sixto
© i*A 2019

Programa

Investigação em Artes
Jornadas do Doutoramento em Media Artes
UBI, Sala de Doações da Biblioteca
29 de Março de 2019, 10-17h



29 de Março de 2019
6ª feira, Sala de Doações da Biblioteca, UBI

9:00   - Abertura
             José Rosa, Presidente da Faculdade de Artes e Letras
             Joaquim Paulo Serra, Director do ICI / Coordenador do Labcom.IFP
             Francisco Paiva, Rita Sixto e Manuela Penafria, Orgs.

              Intervenções
9:30   - Alejandra Pombo, FBAUVi
9:45   - José Bogalheiro, ESTCIPL
10:00 - Monica Mendes, FBAUL
10:15 - Paulo Freire de Almeida, EAUM
10:30 - Debate
              Pausa para Café
11:00 - Paulo Luís Almeida, FBAUP
11:15 - Rita Sixto, FBAUPV-EHU
11:30 - Renata Ferraz, CIEBA/LABCOM
11:45 - Júlio Londrim, UBI/LABCOM
12:00 - Sílvia Zayas, MNCARS / UCLM
12:15 - Debate

13:00 - Almoço

14:00 - João Paulo Queiroz, FBAUL
14:15 - Mesas Redondas
16:30 - Pausa para Café
17:00 - Conclusões
18:00 - Encerramento



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Convidados


ALEJANDRA POMBO

Desde que realicé mi tesis doctoral hay algo que incluyo en mi bio: he estudiado Bellas Artes, carrera que solo le he encontrado sentido por haberle dado la posibilidad de realizar una tesis doctoral bajo la dirección del escultor Juan Luis Moraza. Un largo período de investigación y escritura, duro y maravilloso, en el que he podido centrarme en por qué estaba haciendo el trabajo que estaba haciendo y qué es lo que lo hace significativo. Me gustaría en estas jornadas poder compartir lo que ha hecho tan significativo, como artista, el haber realizado una tesis doctoral en relación a dos nociones, el deseo y la experiencia, para entrelazarlo con otra noción que he desarrollado durante la tesis, el perencuentro, y que es base en mi práctica artística.

Alejandra Pombo (Santiago de Compostela, 1979) ha estudiado Bellas Artes, carrera que solo le ha encontrado sentido por haberle dado la posibilidad de realizar una tesis doctoral bajo la dirección del escultor Juan Luis Moraza. Un largo período de investigación y escritura, duro y maravilloso, en el que pudo centrarse en por qué estaba haciendo el trabajo que estaba haciendo y qué es lo que lo hace significativo. Nació en 1979 por lo que le ha dado tiempo para haber presentado su trabajo en diversos museos, festivales y centros de arte (una lista quizás algo aburrida así que me la salto). Su trabajo se mueve por muchas aguas: el cine, la escultura, la escritura, el dibujo, la pintura, la performance… pero siempre desde un mismo barco: su modo de hacer. Ha realizado numerosas residencias artísticas tanto en la península y alrededores, países del norte y saltando el charco, que le han permitido producir su trabajo. Ha participado en proyectos como Mugatxoan, el Primer Proforma 2010 en el MUSAC con los artistas Txomin Badiola, Sergio Prego y J. Mikel Euba y en diferentes proyectos con las artistas María Jerez, Josu Bilbao, Silvia Zayas, Loreto Martínez Troncoso, Juan Domínguez y Mårten Spångberg. Su más recientes exposiciones han sido Miradas IV en el Centro Torrente Ballester, en la cual por primera vez expuso un proyecto escultórico en relación con su película Wild Palms y Perencuentro en la Zona C de Santiago de Compostela, un proyecto de dibujo e intervención espacial que ha tenido su desarrollo al mismo tiempo que la realización de una publicación titulada Inocencia. https://www.vampirillasilvestre.net



JOSÉ BOGALHEIRO

Dois passos atrás, um passo em frente: as três questões da investigação em artes
A inclusão na modalidade de ‘provocação breve’ admite que se coloque a hipótese de, interrogando-nos sobre para que serve a investigação em artes, se ficar um passo atrás de onde já se esteve. Se a questão do objecto e a questão do método fizerem parte do movimento regrediente, poderá, no movimento progrediente, o exercício prometer não só ver “o avesso do trabalho”, mas “um filme em câmara lenta do trabalho” criativo, capaz de “comover” pela prodigiosa impressão causada? A ‘provocação breve’, no seu carácter metafórico ou mesmo algo fabuloso, alude, no passo em frente, a uma passagem de Merleau-Ponty (“A linguagem indirecta e as vozes do silêncio”) sobre as duas faces do acto de pintar e, nos dois passos atrás, convoca “Uma recordação de infância”, em duas versões (de S. Freud e H. Damisch) em que se destaca a questão de como retomar um motivo abandonado.

José Bogalheiro Nasceu em Peraboa (Covilhã) em 1950. É Professor Coordenador da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), instituição em que, desde 1981, também desempenhou várias funções de direcção, nomeadamente, como Director do Departamento de Cinema. É investigador integrado do CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Estudou Jornalismo na Faculdade de Filosofia da Université Libre de Bruxelles (ULB). Formou-se em Psicologia pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Fez o Curso de Cinema da Escola de Cinema do Conservatório Nacional. É doutorado em Psicologia, especialidade de Psicanálise, pelo Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA-IU). É autor do livro Empatia e alteridade: a figuração cinematográfica como jogo (Sistema Solar/Documenta, 2014), edição da sua tese sobre a experiência fílmica enquanto experiência paradoxal do espectador. Na actividade profissional no domínio do cinema exerceu várias funções com destaque para as de produtor na Trópico Filmes.



JÚLIO LONDRIM

A investigação foca-se na criação de uma metodologia de projecto em arquitectura (Tecnologia Vernacular vs. Tecnologia Global), aplicada nos Países Em de Desenvolvimento. De carácter interdisciplinar cruza geografia com arquitectura, materiais locais com tecnologia global. Com a premissa da sustentabilidade social, ecológica e económica; criando uma base de dados que possa ser acessível às populações autóctones, através de uma app, viabilizando os recursos materiais e culturais locais na aplicação de Appropriate technologies em arquitectura e design.

Júlio Londrim é Licenciado em Design e em Arquitectura, com prática de projecto nas duas áreas desde 1990, cruzando as duas vertentes disciplinares na concretização de projectos em Portugal e no continente Africano. Lecciona na UBI desde 2006 nos cursos de Design Multimédia e Design Industrial. Em 2015 finaliza o doutoramento na área da arquitectura, com um tema de carácter interdisciplinar, cruzando as várias vertentes desde a arquitectura, geografia, design e sustentabilidade



JOÃO PAULO QUEIROZ

João Paulo Queiroz é professor na Faculdade de Belas-Artes, ULisboa, e nos cursos de doutoramento da UPorto e Univ. Sevilha. Preside ao Centro de Investigação CIEBA, ULisboa. Coordenador do Congresso "CSO, Criadores Sobre outras obras" e das revistas Estúdio, (QUALIS A2), Gama (QUALIS B1), e Croma (QUALIS B1). Coordenador do Congresso de Educação Artística Matéria-Prima e da Revista Matéria-Prima (QUALIS B1). Graduação em Pintura, FBAUL. Mestre em Comunicação, ISCTE. Doutor em Belas-Artes, ULisboa. Presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes. Perspectiva sobre as mudanças observadas nos últimos anos nos campos da criação artística e da investigação em artes a partir da organização dos congressos CSO - Criadores sobre Outras Obras (http://cso.fba.ul.pt ) e Matéria Prima (http://congressomateria.fba.ul.pt ) e da edição das revistas Estúdio, Croma, Gama e matéria Prima.



MÓNICA MENDES

Investigação Baseada na Prática em Artes Digitais e o Projecto ARTiVIS
Como ponto de partida para questionar e reflectir acerca dos métodos e práticas artísticas em contexto de investigação, são apresentadas as instalações interactivas do projecto ARTiVIS desenvolvidas no âmbito da investigação de doutoramento em Media Digitais. Serão explorados também exemplos de prototipagem e avaliação de experiências artísticas para envolvimento cívico relacionado com a sustentabilidade ambiental.

Mónica Mendes é professora auxiliar e coordenadora da especialidade de Arte Multimédia do doutoramento em Belas-Artes na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, designer e artista digital. É também investigadora no ITI/LARSYS – Interactive Technologies Institute e colaboradora no CIEBA – Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes, co-fundadora do hackerspace altLab e membro do Colégio F3 – Food, Farming & Forestry. Interessada em contribuir para um ambiente mais sustentável, criou o projecto ARTiVIS onde explora sistemas interactivos na intersecção da Arte, Ciência e Tecnologia, tendo lugar em eventos de comunidade, cultura e arte, como residências artísticas, encontros e workshops, conferências e exposições. http://monicamendes.info



PAULO LUÍS ALMEIDA

Transferências, Deslocamentos e Conhecimento - Um paradigma performativo na investigação em desenho
O desenho é usado para pensar, planear e instruir diversas ações, sejam ações do quotidiano como uma viagem, sejam ações de elevado grau de complexidade como coreografias ou a organização dos Jogos Olímpicos. De uma forma menos evidente, usamos o desenho também para substituir ou reencenar uma ação que não podemos ou não queremos efetivamente realizar, como um ato fingido. Recentemente, manuais e professores de desenho começaram a explorar, de forma mais sistemática, processos performativos como um apoio potencialmente significativo e provocador na pedagogia do desenho, tanto no ensino artístico como no design e na arquitetura. Ao mesmo tempo, investigadores no campo das performances sociais e antropológicas começaram a considerar o desenho como uma ferramenta válida de inquérito nos seus próprios campos de trabalho. Como testemunho visual, o desenho tornou-se valorizado pelo que o distingue enquanto reconstrução subjetiva de um acontecimento num espaço de outro modo inacessível, impossível de ser registado por outro meio por razões técnicas, culturais ou políticas. Nesta conversa irei discutir como o desenho ideacional ou de observação pode ser abordado através de metodologias baseadas na performance, oscilando entre uma prática tangível e uma ação simulada; como podemos conceber ações através do desenho e suas relações com o pensamento criativo; e como podemos enquadrar essas abordagens na área mais ampla da investigação.

Paulo Luís Almeida é professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e investigador no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (I2ADS). É atualmente diretor do departamento de desenho na mesma Universidade. O seu trabalho artístico e de investigação, que se desdobra em desenho e performance e resulta de noções muito simples: a noção narrativa de prova; a repetição e deslocamento de gestos quotidianos; a transferência de ações entre o desenho e contextos performativos.



PAULO FREIRE DE ALMEIDA

“Mancha Directa, O desenho como perceção e expressão de valores tonais” foi uma pesquisa em volta de um processo de desenho designado por “Mancha Directa”, exclusivamente feito com valores tonais – manchas e tramas – e suas implicações enquanto exercício didático. Pretendeu-se com esse estudo avaliar de que modo a perceção exclusiva de tons, sombras e luz altera o desempenho do aluno. A pesquisa desenvolveu-se em três linhas autónomas: estudo da perceção visual, história da arte e didática do desenho. Como antecâmara reflexiva, ao longo dessa pesquisa foi-se aprofundando, um questionamento acerca a especificidade da escrita sobre artes visuais e o desenho em particular. O que distingue o discurso do artista visual do discurso do historiador de arte ou do teórico? Sem respostas finais, formou-se a intuição de que a especificidade do discurso do artista visual está relacionada com a prática, e também, com a reforçada experiência de perceção.

Paulo Freire de Almeida - EAUM/Lab2PT - Licenciado em Artes Plásticas / Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1993, Doutorado em Desenho e docente na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e Investigador do Laboratório de Paisagens Património e Território. Nessa qualidade tem-se dedicado ao estudo da perceção do espaço e das formas contemporâneas de representação da paisagem em pintura e desenho, especialmente no tema das paisagens anónimas e comuns da periferia e do quotidiano. Entre 2012 e 2015 foi Vice-Presidente da EAUM. Como docente ensina ainda nas licenciaturas em Design Marketing e Moda, Design de Produto, Mestrado em Tecnologia e Arte Digital e Mestrado Integrado em Arquitetura. Desde 2017 é Professor Associado de Desenho. É membro integrado do Laboratório de Paisagens Património e Território. Desde 1993 realiza exposições em Artes Visuais. Como artista visual dedica-se à série de desenhos “Sombra Eléctrica.”



RENATA FERRAZ

Uma possibilidade de investigação em artes: o processo de criação do filme Rua dos Anjos
Apresento o processo de construção do filme Rua dos Anjos a partir do cruzamento entre a criação artística e a investigação académica, a partir da perspetiva de uma criação partilhada entre uma realizadora e uma personagem retratada num filme com abordagem documental. As reflexões e argumentações que acompanharam o percurso de criação do filme, serviram não apenas para a construção da materialidade fílmica como também para a componente textual. Antes do texto se apresentar como justificativa para a construção do filme ou este servir de exemplo para uma qualquer teoria cinematográfica, atentei-me em dar voz ora a um ora a outro, procurando maneiras de ambos se constituírem mutuamente. Assim, o pensamento e a ação estiveram amalgamados nas vertentes teórica e prática e estas entre si. A investigação foi revisitada e a rota alterada inúmeras vezes, um percurso oscilante calcado numa experimentação localizada e particular, guiada pela preocupação de efetuar um constante estranhamento dos processos de naturalização que operam no campo cinematográfico.

Renata Ferraz é doutorada em Artes (Performativas e da Imagem em Movimento) pela Universidade de Lisboa. Sua pesquisa de doutoramento foi financiada pela CAPES (Brasil) e sua tese é intitulada: Criação fílmica partilhada entre um personagem que realiza e uma realizadora que atua: o processo de construção da Rua dos Anjos. É mestre em Arte Multimédia e licenciada em Artes do Espetáculo. Tem utilizado sua experiência pretérita de mais de uma década como atriz, professora de artes e coordenadora artístico- pedagógica em projetos sociais para desvendar as possibilidades de criação partilhada entre cineastas e personagens retratadas. Considerando teoria e prática como vertentes equivalentes nos processos de criação-investigação em artes, seu interesse artístico-acadêmico está baseado em territórios fronteiriços entre o cinema, multimédia e artes performativas. Atualmente é investigadora do CIEBA (FBAUL) e do LabCom.IFP (UBI) e está a trabalhar na pós-produção da longa-metragem Rua dos Anjos.



RITA SIXTO

¿Arte como investigación? Investigación artística y universidad.
Las prácticas del arte guardan sin duda relación con actividades propias de la investigación. Considerar que artistas e investigadores mantienen ciertas actitudes comunes, no debería ser objeto de controversia. Sin embargo, hasta su entrada en la universidad, la práctica artística no necesitó definirse como investigación (al menos no con el empeño actual). La investigación sobre el arte -cuyo objeto son las obras de arte y sus autores- se asienta aplicando criterios y metodologías construidos desde las humanidades, un campo en los que la universidad tiene una gran trayectoria. Así mismo, la investigación basada en medios, procedimientos y técnicas, hoy eminentemente tecnológicos, encuentra fácil acomodo en términos de innovación y desarrollo, propios de los planes priorizados por las actuales instituciones. Pero resulta más controvertida considerar la actividad artística (en su pluralidad) como una práctica investigadora; más difícil, sin duda, de encajar en los criterios, en los modos de validar la investigación universitaria. Aunque el arte contemporáneo ha evidenciado de muy distintas maneras la relación estrecha que existe entre práctica del arte y reflexión teórica, entre acción y pensamiento, la actividad artística parece estar lejos de cumplir con los requisitos estándares de la investigación en cualquier otro ámbito. La práctica del arte, en su desarrollo, muestra muchas veces un devenir procesual, donde surgen rupturas, convergencias, bifurcaciones. Cada proyecto artístico necesita, normalmente, crear su propia metodología, su propia estructura; a menudo objeto de estudio y maneras de abordarlo, entran en una relación orgánica, al tiempo que el autor va construyendo su posición. La actividad artística aparece así como difícilmente equiparable a los resultados que cabe esperar de cualquier otro campo de conocimiento. Sobre todo si este se entiende como algo lineal, acumulativo, consecuente, verificable, (universal); ya que ciertamente la práctica artística se distancia tanto de la experimentación científica, como de la lógica de la argumentación secuencial. ¿Qué compromiso adquiere la práctica artística en el ámbito de la investigación universitaria? ¿qué papel desempeña la universidad en la investigación artística? ¿De qué modo los formatos para la comunicación de la investigación -Tesis, Artículos- y los del arte -Exposiciones- condicionan (limitan o impulsan) la investigación basada en la práctica del arte?

Rita Sixto Cesteros , (Trives, 1962), es profesora en el departamento de Dibujo de la Facultad de Bellas Artes de la Universidad del País Vasco. Con la dirección de Adelina Moya defendió en 1998 la tesis titulada Instante y duración. Aproximación a la temporalidad fotográfica, y se sigue interesando por las relaciones entre arte y tiempo, así como por las imágenes en general. Trabaja sobre la dimensión investigadora de la práctica artística. Le interesan especialmente los procesos de observación y memoria, como parte del proceso poiético Fue responsable del Programa de Doctorado Laboratorio de prácticas artísticas, iniciado en el año 2004, y posteriormente del programa Investigación y Creación en Arte (ambos UPV/EHU). Ha impartido asignaturas relativas a los procesos de creación y a las metodologías de investigación artística. En la actualidad dirige el grupo de investigación laSIA http://www.lasiaweb.com , centrado en la investigación basada en la práctica del arte, cuyo más reciente proyecto se ha desarrollado bajo el título El lugar del sujeto en la investigación artística basada en la práctica.



SILVIA ZAYAS

...el agujero, el vacío, imágenes difractadas, fantasmas, saltos de escala, entrelazamientos, experimentos compartidos...
En mi tesis doctoral, totalmente entrelazada con mi trabajo artístico, indago modos de generación de imágenes en movimiento a través de dispositivos escénicos cercanos a la cinematografía. Imágenes que no pretenden reflejar la realidad sino producir estados para la percepción compartida. La investigación y la experimentación suceden desde “dentro” y “con” la práctica artística, pero también en los modos de narratividad: escribir “a través”, conectando diversos tiempos, espacios, materialidades y voces... como plantea la difracción*, más que escribir “sobre” o desde una mirada descriptiva o lineal volcada hacia el pasado.

Silvia Zayas (León, España, 1978). Trabaja entre los límites de las artes escénicas, el video y la coreografía expandida. Actualmente está investigando formas de traducir el lenguaje fílmico de no ficción a diferentes dispositivos performativos. Está realizando un doctorado en artes escénicas y cinematografía en la Universidad de Castilla-La Mancha. Es profesora en el Master en Práctica Escénica y Cultura Visual (Museo Reina Sofía, Madrid, Artea y UCLM). Recientemente trabajó en el proyecto de investigación artística Jumping Scales (Matadero-Madrid). Algunas de sus piezas más recientes son São Tomé Revisitado (2012) (Beca de Creación MUSAC), Parallax (2016) producida con el apoyo del programa "Artistas en residencia" de CA2M y La Casa Encendida; The Boogie-Woogie Ghost (2018) una película coreográfica junto con María Jerez, Talking pictures-una película hablada (2018) con Esperanza Collado. Actualmente está trabajando en el proyecto de cine sin película Brilliant Corners junto con Orquestina de Pigmeos, apoyado dentro del marco del Festival Salmon, Barcelona. Ha trabajado en colaboración con diferentes artistas y colectivos, como Declinación Magnética (desde el 2013); El Desenterrador de Sofía Asencio, Alejandra Pombo, o Chus Domínguez y Nilo Gallego en el proyecto de la exposición-laboratorio de artes en vivo Laboratorio 987 (2012-2013), MUSAC.


Doutorandos



ANA ALBUQUERQUE

A investigação proposta, no formato de tese, incide na reflexão sobre a configuração híbrida e expandida identificada na ilustração portuguesa, desde os anos 90 até à atualidade. Realça-se aqui uma dinâmica emancipada desta expressão artística e, simultaneamente, de diálogo inter-artes. Este fenómeno enquadra-a numa teia de influências e contágios, confluindo para o relacionamento intrincado que a intertextualidade, a intermedialidade e a transmedialidade operam no seu processo e resultado. As obras de Catarina Sobral e Ana Aragão compõem, assim, o corpus em análise, não abdicando de outros casos nacionais e internacionais satélites.

Ana Isabel Albuquerque é licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior, mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e com o nível profissional do curso de Revisão de Texto. Trabalhou como assistente de museografia no Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, e foi jornalista na revista Artes&Leilões. Integrou, como bolseira de investigação, o projeto «Público e Privado nas Comunicações Móveis», desenvolvido pelo LabCom, e trabalhou como revisora freelancer para a Editorial Presença. Atualmente, é aluna de doutoramento em Media Artes com bolsa de investigação doutoral FCT.



ANA REIS

A partir de um dispositivo de origem japonesa – o Kamishibai – com forte cariz teatral, através do qual a oralidade e a construção de imagens são elementos fundamentais, gostaria de estudar as características narrativas entre os contos de tradição popular japoneses e da Beira Baixa de forma a que, numa fase posterior possa encontrar uma matriz de ligação cultural e poder estudá-la como hipótese de trabalho a desenvolver com diferentes faixas etárias através da utilização do dispositivo que atrás referi.

Ana Carina Aguiar dos Reis nasce em Lourenço Marques em 1972. Iniciou o seu precurso profissional como actriz no extinto IFICT – Instituto de Investigação e Criação Teatral, em 1992. Licenciada em Estudos de Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Mestrado em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tem trabalhado com encenadores como Rogério de Carvalho, Sandra Faleiro, Miguel Loureiro, André Murraças, Nuno Carinhas, artistas plásticos como André Guedes e coreográfos como Miguel Pereira. Colaborou em estruturas como a Mala Voadora, Cão Solteiro e Sabat. Foi crítica de teatro do jornal “A Capital”, trabalha como dramaturgista e tradutora.



ANA M. M. SANTOS

Durante décadas, filmes resultantes de livros notáveis transformaram-se em obras de culto e volveram-se numa referência para numerosos cineastas. Tal suscita reflexões acerca da adaptação cinematográfica, sendo fundamental perceber as razões da presença da literatura na sétima arte. O que torna um livro num bestseller? O que faz de um filme uma obra de culto? De que modo Fse podem relacionar, neste contexto, literatura e cinema? Estas são algumas questões a carecerem de análise e aprofundamento.

Ana M. M. Santos é licenciada em Cinema (UBI, 2013) e mestre na mesma área (UBI, 2016), com uma dissertação intitulada Branca de Neve: Subversão Cinematográfica de um Conto Intemporal. Encontra-se a frequentar o doutoramento em Media Artes (UBI, presente), onde está a desenvolver uma tese no âmbito da adaptação cinematográfica, seguindo a linha de investigação do mestrado. É autora de várias comunicações e artigos, trabalha como revisora científica e escreve histórias para crianças.



ANNA PETRACCA

A Intermedialidade e a Hibridização no Processo de Criação de Ana Mendieta, Hannah Wilke e Valie Export
Esta pesquisa pretende construir uma análise sobre o processo criativo da obra artística no âmbito da intermedialidade, a partir de três artistas que trabalham com este conceito. Para isso, será considerada a relação do processo criativo das artistas com o conjunto de suas obras (que unem diferentes formas artísticas de expressão), serão feitas discussões sobre a influência do contexto histórico-social que as artistas trabalharam/trabalham, a influência destas artistas na atualidade, a discussão do corpo feminino como ferramenta de expressão e resistência na arte contemporânea, e com isso, a escolha da intermedialidade e/ou hibridez.

Anna Clara da Silva Petracca é licenciada em Cinema e Vídeo (2018) pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR/ Faculdade de Artes do Paraná), no Brasil. Em 2016 realizou um intercâmbio entre o curso de Cinema e Vídeo da UNESPAR/FAP no Brasil e o curso de mestrado em documentário "DOCNOMADS" da Universidade Lusófona, em Lisboa. Entre 2017 e 2018 fez parte do grupo de artistas residentes na AIREZ (Curitiba- PR), apresentando como projecto final a video instalação "XX/XXI", que fez parte da Bienal Internacional de Curitiba. Atualmente cursa o doutoramento em Media Artes pela Universidade da Beira Interior (UBI).
https://cargocollective.com/annapetracca/



CARLOS CASTELEIRA

Paisagens, Sítios e Redes - Fotografia e cartografia
No âmbito do “Projeto Entre Serras, arte contemporânea, agricultura e biodiversidade" que idealiza e coordena, Carlos Casteleira inicia uma pesquisa sobre Paisagens, Sítios e Redes que tem por objetivo analisar e esclarecer dinâmicas entre espaços reais e espaços “virtuais”. Ao mesmo tempo propõe realizar uma base de dados, e a sua visualização cartográfica, sobre as ações dos artistas que intervêm no PES. Este dispositivo global feito de relações, de espaços físicos e mentais, pretende questionar as ligações políticas, sociais, económicas mas também intimas e subjectivas que a humanidade desenvolve com o seu meio ambiente, construindo conceitos de espaço e tempo, sempre dependentes das tecnologias e dos movimentos que atravessam as nossas vidas e a historia.

Carlos Casteleira é formado em ótica e em fotografia, é professor assistente na Escola Superior de Arte de Aix-en-Provence (Fr). É diplomado da Ecole Nationale Supérieure de la Photographie de Arles. Trabalhou com a comunidade portuguesa do sul de França (“Ser e Estar” 1995 - éd. Créaphis) e com outras populações (Burkina Faso, Ilha da Reunião, Brasil, Cabo Verde, Moçambique). Curador na edição 2011 da Bienal de Cerveira foi premiado na edição 2015. Organiza intercâmbios entre Brasil, Portugal e França. Dedica-se a projetos ligados à questão do meio ambiente e à paisagem. https://www.identitesnouvelles.com



DAVID COUTO

O Rosto em Primeiro Plano: O Retrato Cinematográfico na Obra de Ingmar Bergman
A investigação baseia-se na hipótese de que, em alguns casos da obra cinematográfica de Ingmar Bergman, o primeiro plano do rosto adquire a categoria de retrato, tal como este conceito tem sido entendido na tradição artística ocidental. O retrato, não só como representação do sujeito que transcende a sua corporeidade no tempo, mas também como método de conhecimento que torna visível uma identidade oculta, encontra no cinema a forma de transcender o estático para registar as variações físicas do rosto na sua evolução temporal. Propomos aqui definir e desenvolver esta categoria - retrato cinematográfico - a partir das estratégias formais e conceituais utilizadas pelo cineasta sueco para filmar o rosto em primeiro plano.

David Vázquez Couto é licenciado em Belas Artes e em Comunicação Audiovisual pela Universidade de Salamanca, onde trabalha actualmente como Investigador em Formação no Departamento de História da Arte e Belas Artes. Integra a equipa de trabalho do projecto de I+D+i "Intermedialidade e instituição". Relações interartísticas: literatura, audiovisual, artes plásticas" (HAR2017-85392-P) e colaborador do Grupo de Investigação Reconhecido "Investigação e Transferência em Arte e Cultura Audiovisual" (ITACA), ambos da Universidade de Salamanca. Desde 2017 é também membro da Associação Espanhola de Críticos de Arte (AECA).



FABRICIO CAVALCANTI

A utilização do digital na análise do espaço urbano: o passado recente através da arqueologia
Esta é uma investigação sobre a aceleração imposta pela condição Pós-moderna e a cultura digital. A sobreposição e acúmulo da cultura digital instauram uma alteração de hábitos e costumes em uma cultura de substituição e sobreposição de existências. O trabalho consiste no emprego de tecnologias de interação em ambientes de realidade aumentada a fim de melhor compreender criticamente relações de origem e pertencimento nas sociedades atuais. Esta pesquisa pensa o uso de fotografias, vídeos e mecanismos de produção de Realidade Virtual e Aumentada no campo das Media Artes para refletir sobre um passado recente através da Arqueologia Contemporânea e da Cultura Digital.

Fabricio Cavalcanti é artista e fotógrafo autônomo desde 1998 . Desenvolve equipamentos e programas para difusão de conhecimento artístico cultural. Realiza oficinas e projetos autorais para museus, escolas, empresas e consultorias no âmbito da responsabilidade sócio-ambiental através de metodologias Educomunicação. Lecionou disciplinas de Fotografia, Escultura, Filosofia da Imagem, Teoria da Imagem e História da Arte no Brasil e em Portugal. Desenvolve materiais de ensino no campo da Fotografia e das Artes Visuais.



JOANA MARQUES

Expressões Artísticas como Fenómeno Urbano Identitário e Participativo
Cidade, memórias, espaço público, identidades, construção de lugar. Podem as expressões artísticas relacionar-se com estas dimensões? Qual o seu potencial para as (re)composições de memórias e identidades do indivíduo na cidade atual? Centrando o foco de estudo na Covilhã, em tempos, uma das maiores cidades industriais do país, mas mudada a partir da globalização, pretende-se envolver a comunidade, através de metodologias participativas, cartografando identidade(s) através da linguagem da performance e das artes plásticas para a criação de um espaço identitário na cidade.

Joana Martinho Marques , licenciada em Artes Plásticas-Escultura, pela FBAUP. Realizou Erasmus na Fac. Belas Artes de Atenas, em 2007 concluiu o Master Internacional de Cenografia/Direção Artística na Faculdade de Belas Artes da Univ. Complutense de Madrid. Finalizou em 2011 o mestrado em ensino das artes visuais na UBI, onde é doutoranda em Media Artes. Professora, diretora pedagógica da D’Arte+, faz trabalhos com instituições como Teatro Guimerá de Tenerife, Teatro Real de Madrid, Teatro das Beiras, Coolabora, Beira Serra e Quarta Parede. Como artista plástica venceu o concurso nacional “O 25 de Abril, 25 anos depois” com Menção Honrosa pela CMC em 2000. Expôs na Cordoaria Nacional, Culturgest, Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos, Galeria Psyhary 36 (Atenas), Galeria da ACERT, Museu Municipal de Paços de Ferreira, Galeria Arthobler, Convento São José (Lagoa), ART’S, Business & Hotel Centre.



JOÃO BRAZ

Drive-in Art - Arte e identidade pelos caminhos de Portugal
São centenas as obras artísticas instaladas nas rotundas rodoviárias das vilas e cidades portuguesas. Os temas desta arte pública são representações de antigas actividades sociais e culturais, profissões tradicionais, homenagens a personalidades, eventos históricos ou características geográficas das localidades. Grande parte destes objectos artísticos pretende representar e celebrar, de uma forma estilizada, características e essência daquelas localidades. Mas que “alma” é esta?

João Braz , 50 anos, formou-se em montagem na Escola Superior de Teatro e Cinema. Ao longo de 25 anos montou cerca de 100 filmes, essencialmente longas-metragens de ficção e documentais, mas também séries de ficção para televisão e filmes publicitários colaborando com dezenas de realizadores.



JOÃO PEDRO DIAS

Tendo por base livros, projetos, desenhos, fotografias e maquetas… e à luz dos conceitos de Arquivo e de Atlas, o trabalho procurará retratar a produção arquitetónica de um espaço temporal e geográfico a definir, através do seu levantamento, catalogação e análise crítica, com o intuito de mais tarde criar mecanismos que permitam “conhecer esta arquitetura, ajudando a traçar estratégias de salvaguarda dessa memória mais recente ao mesmo tempo que se reforça o significado e identidade da cultura arquitetónica atual”.

João Pedro Dias , arquiteto desde 2011 pela FAUP. Nasceu em Janeiro de Cima e cresceu em Castelo Branco onde frequentou o Atelier Evasão e o Curso de Artes da ESAL. Muda-se para o Porto para estudar arquitetura e fixa-se em Miragaia onde colabora com o ceramista ImBo. Realizou Erasmus na Faculdade de Arquitetura de Ferrara (Itália) em 2009. Em 2011 apresenta tese de mestrado na FAUP sobre turismo em áreas rurais orientada pelo geógrafo Álvaro Domingues. Faz o estágio de acesso à Ordem do Arquitetos em 2012 no atelier MB Arquitetos e no mesmo ano lança o projeto de design BiTOLA em colaboração com Jorge Batista (Prémio POP’s Serralves 2014). Em 2013 cria o Atelier CUBIT sediado em Castelo Branco. Desde 2017 é técnico superior em Arquitetura na Câmara Municipal de Castelo Branco. Atualmente é doutorando em Media Artes na UBI.



LUÍS CAMPOS

A existência de cinema Português compreende um período com início em 1896 e atravessa vários momentos determinantes da História recente de Portugal. Ainda que a quase totalidade dessa existência seja caracterizada pela ausência de uma lógica industrial, pela subjugação a um domínio mercantil de cinematografias internacionais e por uma falta de unidade temática, ideológica ou estética na transversalidade dos seus agentes criativos, é hoje possível reconhecer uma certa identidade da cinematografia nacional ou, pelo menos, na relação desta com o seu povo. Híbrido projecto de investigação de um jovem autor que procura encontrar o seu lugar na cinematografia nacional, uma homenagem à singular capacidade de resistência que caracteriza o cineasta Português - com especial foco no paradigmático caso de Manuel Guimarães - e um levantamento histórico que procure diagnosticar possíveis causas para o “divórcio” do povo Português com o seu cinema de ficção.

Luís Campos, fundador da Squatter Factory em 2014, Luis Campos teve a oportunidade de fazer um programa de intercâmbio na Savage Film na Bélgica e outro na RT Features em São Paulo. É o criador, promotor e director criativo do GUIÕES – Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, do PLOT – Professional Script Lab e do DRAMA.pt . Em 2017 Luis foi seleccionado para o Berlinale Talents e para o lançamento do Propellor Film Tech. Os seus primeiros filmes profissionais estão agora a ser desenvolvidos e lançados em festivais.



MAFALDA CASTELO BRANCO

Covilhã. Que memória existe, para além da lã? Que histórias existem por encontrar e por contar? Através do uso de found-footage e de imagens de arquivo de outras gerações, procura-se mostrar uma nova visão do passado da Covilhã, transmitindo histórias e outros olhares até hoje desconhecidos.

Mafalda Castelo-Branco é Creative Researcher e Ghostwriter de realizadores de publicidade em Portugal e colabora com a fotógrafa infantil Rute Ângelo. É Mestre em Som e Imagem, especialização em Cinema e Audiovisual pela Universidade Católica Portuguesa do Porto (2011), onde produziu o mockumentary “Artur”, vencedor de três prémios: Melhor Produção na 3ª Edição dos prémios Shortcutz Lisboa - Shortcutz Lisboa #99; Prémio Cinema Português - Escolas de Cinema no Fantasporto 2012; e vencedor na Competição Take One! no 19º Festival Curtas Vila do Conde de 2011. De momento encontra-se em Doutoramento em Media Artes, na UBI, com um artigo publicado na revista DOC-Online de Setembro de 2018.



NEEL NAIK

De acordo com um relatório do IAMAI, o número de usuários de internet na Índia pode ultrapassar os 450 milhões até ao ano de 2020. Em média, um indiano gasta 2 horas e 25 minutos na internet, por dia. O surgimento dos mídia digitais abriu caminhos a novas oportunidades de negócios para a indústria do entretenimento na Índia. O objetivo desta pesquisa é analisar o mercado de entretenimento digital que mais cresce e estudar o surgimento, a evolução, as estratégias e as ofertas dos principais criadores de conteúdos para este setor, tais como “The Viral Fever” e “Pocket Aces”.

Neel Naik é Licenciado em Arquitetura (CEPT, Índia), Mestrado em Produção de Filmes e TV (University of Bristol, UK) e detentor do título de Especialista em Audiovisual e Produção dos Media (IPCB, Portugal). Ele possui aptidões académicas e técnicas em produção, direção, cinematografia e edição e com mais de dezasseis anos de experiência como diretor criativo e produtor já realizou e produziu mais de 150 projetos, em vários continentes. Atualmente é professor adjunto convidado na ESART – IPCB Castelo Branco, lecionando na área de Design de Comunicação e Audiovisual. É também proprietário da RA Atelier, uma produtora na área de filmes, tv e novos media.



SARA CONSTANTE

Ser livro: o álbum ilustrado enquanto fenómeno de experiência plástica e poética
Este projeto nasce da vontade de aprofundar o campo produtivo dos livros ilustrados para crianças. Fazendo uma recuperação histórica de ideias e formatos antigos que saíram de circulacção, e tomando como referência o panorama italiano e internacional, desde os anos sessenta até ao contexto contemporâneo, pretende-se desenvolver um projeto que desconstrua a forma como vemos e manuseamos o livro, assim como, introduzir novas possibilidades na maneira como o conteúdo é apresentado. Neste sentido, não só será feita uma exploração formal do objecto, como também, existe a pretensão de criar uma narrativa visual, não-linear, que explore o erro e que leve o leitor a confrontar-se com a ideia de falha.

Sara Constante , mestre em Design Multimédia (2014) pela Universidade da Beira Interior. Atualmente trabalha como designer (bolseira) na unidade de investigação LabCom.IFP e é doutoranda do curso de Media Artes, da Universidade da Beira Interior, onde desenvolve um projeto de investigação que pretende reclamar as potencialidades do livro enquanto objecto físico e o papel do designer enquanto operador de uma síntese.



SÉRGIO CURRAIS

Este trabalho de investigação visa analisar os desempenhos do design na comunicação cultural em Portugal no Séc. XXI, tomando como universo a actividade dos principais teatros e centros culturais do país. Considerando que nas últimas duas décadas se deu uma significativa transformação do panorama da cultura e das artes em Portugal, em boa parte pela criação de novos equipamentos de referência um pouco por todo o país, interessa investigar a prática e o contributo do design na comunicação destas instituições com os seus públicos. Para tal, este trabalho enforma-se em três partes: uma primeira de contextualização e recolha de material, uma segunda de análise e reflexão e uma terceira de sistematização e organização do material recebido de forma tendente à sua exposição.

Sérgio Currais, nascido em 1975 em Paredes, Porto. Vive e trabalha na Guarda. Licenciado em Design de Comunicação e Técnicas Gráficas pelo Instituto Politécnico de Portalegre, onde exerceu também as funções de Encarregado de Trabalhos e Professor Assistente do 1º Triénio. Estagiou no Gabinete de Comunicação e Imagem da Universidade de Aveiro - Fundação João Jacinto de Magalhães. Pós-graduado pela Universidade de Aveiro com o Curso de Formação Especializada em Design, Materiais e Gestão de Produto. Mestre em Comunicação Estratégica, Publicidade e Relações Públicas pela Universidade da Beira Interior. Doutorando em Media Artes na mesma Universidade. Coordenador de Comunicação e Imagem do Teatro Municipal da Guarda desde 2005 até à dissolução em 2015 da Empresa Municipal Culturguarda. Exerce presentemente as funções de Técnico Superior de Design na Câmara Municipal da Guarda.



TIAGO FERNANDES

Retro Instalação: Reterritorialização e ressignificação da paisagem sonora
Refletindo sobre as ideias de dispositivo (Gilles Deleuze), heterotopia (Michel Foulcault) e estágio do espelho (Jacques Lacan), pretendo desenvolver uma instalação sonora intitulada “Retro Instalação”, que colocará o espectador no centro de um emaranhado de sons que proporcione uma experiência sensorial singular e que consistirá numa experiência de manipulação interativa de reterritorialização e ressignificação dos sons que compõem uma paisagem sonora.

Tiago Fernandes é, desde 2015, docente no Departamento de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior. É licenciado e mestre em Cinema e doutorando em Media-Artes na Universidade da Beira Interior. É investigador do LabCom.IFP e membro da organização das Jornadas “Cinema em Português”. A par da atividade docente, trabalha como freelancer na área do audiovisual e do cinema desde 2011.


Relatores


DANIEL RAPOSO

Daniel Raposo é designer de comunicação e docente da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, desenvolve trabalho com enfoque especial na área da Identidade Visual Corporativa. É doutor em Design pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa com a Tese “A letra como signo de identidade Visual Corporativa”, membro do CIAUD – Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design. De 2006 a 2010 foi coordenador do curso de Design de Comunicação e Produção Audiovisual e atualmente é coordenador do Mestrado em Design Gráfico da ESART-IPCB em associação com a FAUTL e da Unidade Técnico-Científica de Design, Audiovisuais e Produção dos Media. Foi responsável pelo projeto “Ritmos de Weimar”, desenvolvido entre a ESART e a Bauhaus-Universität Weimar e professor de Design Gráfico na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. É professor do Dottorato Internazionale Design e Innovazione sediado em Nápoles, com colaborações com a Universidade Pontifícia de Salamanca, Joan Costa Institute, entre outras universidades nacionais e internacionais. Foi membro do Painel de Avaliação do painel Arquitetura e Design - Concurso Bolsas 2015 Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e de integrou a Comissão de Avaliação Externa da Agência de Acreditação A3ES para a avaliação dos cursos CAE Multimedia /Design (2014). É diretor editorial da “Convergências – Revista de investigação e ensino das artes” ( http://convergencias.esart.ipcb.pt ); membro do conselho científico de revistas internacionais especializadas.
www.danielraposo.com .



FRANCISCO PAIVA

Professor Associado da Universidade da Beira Interior (UBI), onde dirige o curso de 3º Ciclo/ Doutoramento em Media Artes. Doutor em Belas Artes - Desenho pela Universidade do País Basco, licenciado em Arquitectura pela Universidade de Coimbra e licenciado em Design pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Coordena o Grupo de Artes e Humanidades do LabCom. Desenvolve pesquisa e criação sobre processos espacio-temporais, intermedialidade e identidade nas artes. Integra comissões científicas de eventos e de diversas publicações internacionais especializadas. Coordenador científico da DESIGNA, Conferência Internacional de Investigação em Design e da plataforma Montanha Mágica* Arte e Paisagem. Integra ainda a CooLabora, cooperativa de intervenção social.



JOANA MARQUES

Licenciada em Artes Plásticas-Escultura, pela FBAUP. Realizou Erasmus na Fac. Belas Artes de Atenas, em 2007 concluiu o Master Internacional de Cenografia/Direção Artística na Faculdade de Belas Artes da Univ. Complutense de Madrid. Finalizou em 2011 o mestrado em ensino das artes visuais na UBI, onde é doutoranda em Media Artes. Professora, diretora pedagógica da D’Arte+, faz trabalhos com instituições como Teatro Guimerá de Tenerife, Teatro Real de Madrid, Teatro das Beiras, Coolabora, Beira Serra e Quarta Parede. Como artista plástica venceu o concurso nacional “O 25 de Abril, 25 anos depois” com Menção Honrosa pela CMC em 2000. Expôs na Cordoaria Nacional, Culturgest, Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos, Galeria Psyhary 36 (Atenas), Galeria da ACERT, Museu Municipal de Paços de Ferreira, Galeria Arthobler, Convento São José (Lagoa), ART’S, Business & Hotel Centre.



LUÍS NOGUEIRA

Luís Nogueira é Professor Auxiliar no Departamento de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior, onde foi diretor da licenciatura em Cinema, entre 2008 e 2015. Leciona ou lecionou unidades curriculares como Géneros Cinematográficos, Laboratório de Guionismo, Montagem, História do Cinema e Cinema e Outras Artes. Doutorou-se com a tese Narrativas Fílmicas e Videojogos. Articulações e dissensões. A dissertação de mestrado denomina-se Violência e Cinema. Monstros, soberanos, ícones e medos. A relação do cinema com as demais artes e média, como a literatura, a pintura, o teatro, a fotografia, a banda desenhada, o videoclip ou os novos meios, bem como a intertextualidade, a intermedialidade e a transmedialidade são outros temas do seu interesse. Publicou diversos manuais de cinema como Laboratório de Guionismo, Géneros Cinematográficos, Planificação e Montagem, Os Cineastas e a sua Artee Histórias do Cinema. Outros textos sobre temas diversos da sétima arte estão compilados nos livros Cinema e Digital: Ensaios, Especulações, Expectativase Cinema Múltiplo: Figuras, Temas, Estilos, Dispositivos (disponíveis em livroslabcom.ubi.pt ).



MANUELA PENAFRIA

Docente no Departamento de Comunicação e Artes da UBI e investigadora do Labcom.IFP. Membro do Conselho Consultivo da AIM-Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento e membro da comissão científica de revistas portuguesas e brasileiras. Co-Editora da revista DOC On-line, dedicada ao documentário. Das publicações recentes, destaca a co-edição de três volumes da coleção Teoria dos cineastas, uma investigação que desenvolve com investigadores brasileiros e espanhóis: Ver, ouvir e ler os cineastas; Propostas para a teoria do cinema; e Revisitar a teoria do cinema (disponível em: http://labcom-ifp.ubi.pt/tcineastas ).



PAULO DIAS

Assistente Convidado no Departamento de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior (desde 2007). Licenciado em Ensino da Música (Ramo de Piano) pela Universidade de Aveiro (1996). Pós-graduado em Psicologia da Música na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto (2004). Doutorando em Ciência e Tecnologia das Artes (Informática Musical), Escola de Artes da Universidade Católica Portuguesa, Pólo da Foz, Porto (desde 2009) com Bolsa de doutoramento FCT (2011- 2015). Pianista dos grupos Piazzollando e 4Portango tendo, no seio deste último, actuado na “Cimeira Mundial do Tango” em Lisboa (1998) e compondo e executando música para o filme “Mortinho por Chegar a Casa” do realizador Carlos da Silva (1996). Presentemente dedica-se à investigação de música e cinema, música e cultura e interacção audiovisual.



URBANO SIDONCHA

Urbano Sidoncha é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorado em Filosofia Contemporânea pela mesma Universidade. Professor auxiliar da Faculdade de Artes e Letras da UBI, foi o primeiro Diretor do Curso de Ciências da Cultura da UBI, cargo que exerceu entre 2013 e 2015, e Diretor do Curso de Filosofia de 2009 até 2016. É atualmente Diretor do Mestrado em Estudos de Cultura. Investigador integrado do LabCom.IFP, é autor de diversos trabalhos científicos publicados em revistas nacionais e estrangeiras, autor do livro Do Empírico ao Transcendental – A Consciência e o Problema Mente/Corpo entre o Materialismo Reducionista e a Fenomenologia de Husserl, FCG/FCT, 2011 e editor do Metamorfoses da Cultura, Nova Vega, 2017.


Inscrição

A participação nas jornadas i*A é aberta e gratuita, mas carece de inscrição obrigatória, sujeita à lotação da sala, a formalizar por email dirigido a francisco.paiva@labcom.ubi.pt, indicando o nome e repectiva afiliação.

Organização



Coordenação

Francisco Paiva, Universidade da Beira Interior PT
Manuela Penafria, Universidade da Beira Interior PT
Rita Sixto, Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibersitatea ES


Produção

Doutoramento em Media Artes da UBI
Grupo de Artes e Humanidades do LABCOM.IFP


Comissão Executiva

Francisco Paiva, Coordenação Geral / francisco.paiva@labcom.ubi.pt
Mércia Pires, Secretariado / mercia.pires@labcom.ubi.pt +351 275 242 023 / ext. 1201
Sara Constante, Design
Marcela Silva, Web Developer


Parcerias

Design Multimédia, 1º e 2º Ciclo, UBI, https://www.ubi.pt/curso/33
Cinema, 1º e 2º Ciclo, UBI, https://www.ubi.pt/curso/57
Doutoramento / 3º ciclo em Media Artes, UBI http://media-artes.ubi.pt/
Facultad de Bellas Artes de la Universidad del Pais Vasco, Bilbau, Espanha http://www.ehu.eus/es/web/bellasartes
LaSIA - sujeto, investigación, arte, Grupo de Investigación de UPV/EHU http://www.lasiaweb.com/es
Stellae* Revista de Arte http://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/index.php/stellae


APOIOS

Universidade da Beira Interior
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior
Erasmus+


Contactos

francisco.paiva@labcom.ubi.pt

Geral:

Localização

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Departamento de Comunicação e Artes
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal